Jeito certo de
pensar
Deveria ser
apenas mais um episódio de fim de tarde, porém, naquela ocasião o acontecido
serviu de pretexto para falarmos de psicologia. Aquele sujeito perdeu uma
oportunidade de ficar calado, ele era grande, forte, musculoso e jurava que
conseguia levantar um saco de cimento, claro sem nunca ter tentado antes.
Talvez ele tenha achado que seria fácil, pois ele estava observando a facilidade
com que o ajudante magricelo do pedreiro pegava e arremessava nas costas todo
aquele peso. O exibicionismo e a vontade de impressionar o fizeram propor um
desafio a si mesmo, dizendo o seguinte: - Deixa-me ver se consigo! Ops! É meio
sem jeito, né!
Depois de três tentativas frustradas, claro com direito a estalos
vindo de sua coluna, ele desistiu do desafio. O ajudante aproximou com olhar de soslaio; disfarçando
o sorriso algemado no canto da boca ; num misto de deboche e empatia pelo constrangimento do sujeito, disse com
propriedade: - Tem um jeito certo de fazer!
Se tiver um
jeito certo de pegar o saco de cimento, haveria também um jeito certo de
pensar? Algumas vezes, vemos pessoas inteligentes e que são confiantes na sua
capacidade de pensar, porém, ficam estagnadas e não conseguem ir além de seus
sonhos. Por isso, a falta de realização e procrastinação acampa na rotina da
pessoa, em tese, seria uma certa arrogância de afirmar o jeito certo de pensar,
mas o jeito errado é mais fácil apontar.
O perfeccionismo é um dos ingredientes
psíquicos para a pessoa pensar de forma equivocada, assim pessoas com
dificuldade de aceitar erros, lidar com equívocos e não tolerarem o fracasso
acabam sempre adianto oportunidades. Ou seja, são aquelas pessoas que estão
sempre se preparando para começar algo, mas a certeza de estarem prontas nunca
acontece, por exemplo, sujeito já fez mais de 03 faculdades e sempre começa
outra, nunca realiza e se lança no mercado por conta do perfeccionismo. O
adiamento é a estratégia escolhida, a justificativa de não estar ainda pronto
arremata o discurso.
De algum modo a eterna preparação é por conta do
perfeccionismo. O ajudante tinha razão, não basta força e nem o ímpeto da
vontade, por vezes, falta o jeito certo de fazer, e, quem sabe, de pensar.
Marcos Bersam
Psicólogo
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