quarta-feira, 31 de outubro de 2012

FRASE DO DIA




"LEMBRA-TE QUE FALANDO OU SILENCIANDO-TE, SEMPRE É POSSÍVEL FAZER ALGUM BEM."

CHICO XAVIER

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

PSICOLOGIA DO ELEFANTE




Este artigo abordará um tema instigante para mim e espero que para você também. Vamos falar de crenças psicológicas falsas. Isto mesmo verdades mentirosas.
Quando criança, um dos meus programas prediletos era carrinho de rolimã, empinar pipa, jogar bola de gude, brincar de garrafão, esta última devo confessar a vocês um tanto violenta; e como qualquer garoto de minha geração de ir ao circo.
Os jovens de hoje já devem pelo menos terem lido em livros de historia, ou até mesmo ouvido falar a respeito desta  fascinante arte de entretenimento e magia.
Uma grande lona sempre era armada em lotes espaçosos e trazendo também vários animais. Dentre todos os animais o que mais me fascinava era o elefante. Sempre majestoso imponente, um animal tão forte, capaz de arrastar toneladas e que ficava acorrentado a uma estaca de madeira enfiada a poucos centímetros dentro do solo.
E eu me perguntava: “Por que aquele elefante não fugia já que era possuidor de uma força descomunal?”, capaz até de arrancar uma enorme arvore.
Só muitos anos depois entendi, que quando bebê aquele elefante ficava acorrentado na mesma estaca e na época era o suficiente para aprisioná-lo. Como elefante não tem consciência e não sabe que cresceu e ficou forte e ninguém nunca lhe disse que ele agora não era mais bebê, aquela corrente atada na estaca não mais seria suficiente para segurá-lo, detê-lo.
Elefante é elefante; você nunca verá um elefante se olhando no espelho, tirando foto, não tem ambição, não tem vaidade, não quer se aposentar e nem se casar e muito menos comprar uma casa na praia. Ele quer ser apenas elefante, ele não pensa é irracional.
Existem muitas pessoas que são verdadeiros elefantes e se comportam como tal, são fortes, mas acreditam ainda que sejam criancinhas, bebês aprisionados em medos e correntes do passado.
Se você que esta lendo este artigo acha que a corrente que o prende a sua estaca é forte, tudo bem... Mas lembre-se que esta estaca que no passado aprisionou-o, hoje é frágil e fácil de arrancar.
Independente do problema que vive seja o casamento falido, a crença de que e incapaz o medo da solidão ou de fracassar, lembre-se que são apenas correntes presas a estacas débeis, quem te segura não são os elos grossos da corrente, arrancando a estada os elos não mais te prenderão não importa se são feitos de aço.
A maioria das pessoas se intimida com o calibre dos elos, do material da corrente. Entretanto, pouco ou quase nada percebem que seu foco deve ser a estaca, puxando a estaca você não será detido pelas correntes.
 Faça algo diferente do elefante; seja humano, tenha consciência de sua força, de seu desejo, do seu querer, de seu potencias. Caso contrário, você receberá somente aplausos por ter se comportado como um verdadeiro bicho de picadeiro, domesticado e muito obediente e acreditando sempre que você não poderia viver sem as estacas existências do passado.



MARCOS BERSAM
PSCICÓLOGO CLÍNICO

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

PEDIR OU MANDAR.



Hoje, vamos falar de um tema muito interessante na educação de filhos e nos relacionamentos, de maneira em geral. Com certeza, será polêmico, pois, em alguns momentos, estarei na contramão dos politicamente corretos, ou melhor, dos psicologicamente corretos.

Quando devemos ordenar e quando devemos pedir? Quase todos acham que mandar, ordenar é algo antiquado e malvisto na sociedade, representa arrogância e revela um comportamento ditatorial. E aí, vem aquele clichê de que sempre devemos pedir. Será? Quando uma mãe diz: “Filho, estou te pedindo para estudar”; “Estou pedindo para se alimentar direito”, e muitas vezes sempre ouço isto: “Peço, mas não sou atendida” – exclama a mãe, aflita.

Quando uma criança se dirige a um local perigoso não adianta a mãe pedir, ela tem que agir, ordenar, intervir para o bem-estar do filho. Esta noção de temporalidade, de organização espacial se faz necessário para que a criança, a posteriori, consiga estabelecer metas claras, organização nas tarefas a desempenhar, bem como estruturação emocional.

Já na adolescência, encontramos outro cenário, a responsabilidade deve vir de forma gradual, pois muitos adolescentes querem algo que não têm condição construir. Nesta fase, que encontramos grande capacidade de julgamento, refletindo sobre seu pensamento a fim de oferecer justificativas lógicas para o julgamento que faz. Se o sujeito não arruma o quarto dele, então, como pode viajar sozinho para a praia com amigos? Quando se pede, possibilita uma escolha, uma recusa, outra resposta.

Algumas mães dizem: “Eu imploro para o fulano não fazer isso”. Nesse ponto, a autoridade foi perdida e, para retomá-la, será preciso grandes sacrifícios. A verdade é que só ordena quem sabe exercer a lei e a autoridade, e aí vem outro dilema: os filhos não sabem a quem obedecer. A mãe põe de castigo, o pai tira e a avó completa: “Coitadinho dele!”.

Está montada a confusão.

Atualmente, existe o medo do trauma. Muitos pensam que mandar vai traumatizar. Mentira! Quando você oferece muitas alternativas em momentos de desenvolvimento emocional, acaba revelando descuido, insegurança e gera medo e pânico em crianças e adolescentes. Existem pais hoje que, em nome da modernidade, não impõem nada: “meu filho não se alimenta porque ele não quer”,“meu filho não estuda porque quer ficar na lan house o dia todo”“meu filho não dorme cedo porque assiste TV até tarde”.
Em nome da educação moderna, de tudo escolher, de tudo pedir, a criança acaba escolhendo só o que é prazeroso e bom, o que traz satisfação imediata, e os pais avalizam tais condutas. Uma coisa é o filho escolher o filme do fim de semana, outra é escolher o horário de chegar em casa, o valor da mesada, quando arrumar o quarto ou estudar para a prova. Vejo pais que querem ser bons e, por isso, deixam os filhos escolherem o que ainda não podem.

Para escolher devemos ter uma experiência prévia, analisarmos os prós e os contras e não apenas o que nos dá prazer. Os pais confundem direitos com privilégios; ou seja, é um direito do filho estudar, se alimentar e morar, mas não é um direito ter um celular de última geração ou uma viagem com os amigos, sem que eles os conheçam.

Privilégios podem ser suspensos ou retirados, mas os direitos não. Filhos que confundem privilégios com direitos acham que os pais são lacaios e serviçais. “Não quero nem saber, você tem que me dar o celular tal”, “Eu não pedi para nascer”... Você já deve ter ouvido isto.

É claro que o sujeito tem que exercitar o direito da escolha para ser um adulto com condições emocionais sadias no futuro. Indivíduos que foram tolhidos em exercitar escolhas são arredios e temerosos diante de decisões cruciais na vida, são invadidos por ansiedade e calafrios emocionais tremendos, mas isso não quer dizer que os pais não possam mandar, ordenar, intervir, exercer o limite e ter autoridade.

Acredito que o bom educador é aquele que prepara o sujeito para ter responsabilidade nas suas escolhas, mesmo que, em alguns momentos, imponha suas crenças, valores e diretrizes.

O bom educador é aquele que possuem a capacidade de direcionar de forma saudável a vida emocional da criança guiando-a para compreender as consequências lógicas quando uma regra é quebrada, uma vez que algumas regras na vida são inegociáveis, tais como: a civilidade, a cortesia, a educação e a capacidade de respeitar o direito do outro. E aí fica a sugestão, quem sabe você não está pedindo enquanto deveria mandar e mandando quando a ocasião exige que você peça da forma bem tradicional: POR FAVOR!!



Marcos Bersam

Psicólogo Clínico

sexta-feira, 12 de outubro de 2012

QUE TIPO DE MULHER VOCE É?



SER BONITA E QUANDO A MULHER NASCE COM TRAÇOS ÚNICOS, SIMETRIA, ÂNGULOS E FORMAS INCONFUNDÍVEIS, COMO SE TIVESSE ENTRADO NA "FILA DA BELEZA" VÁRIAS VEZES. É BIOLÓGICO E NÃO DEPENDE DO QUERER, MAS DE UM ACASO E GENEROSIDADE DA MÃE NATUREZA.
ELAS SÃO MINORIA. ESTAR BONITA  É ALGO EM VOGA, ESTAR BONITA É TRANSITÓRIO, EFÊMERO. A MULHER QUE ESTÁ BONITA, ORA RECORRE A LIPO, A MAQUIAGEM EXAGERADA, ROUPAS, SAPATOS, CREMES, ACADEMIAS, DIETAS. ESTAR BONITA CUSTA DINHEIRO E INVESTIMENTO CONSTANTE, POIS A QUALQUER DESCUIDO A BELEZA ESCORRE PELOS DEDOS.  A GRANDE MAIORIA DAS MULHERES QUEREM ESTAR BONITA. ESSA LEGIÃO USA A MALDITA COMPARAÇÃO, ESQUECE QUE É DIFERENTE E ÚNICA. A COMPARAÇÃO FAZ COM QUE ELA SEJA REFÉM DE PADRÃO MIDIÁTICO DO QUE É BELO.A ÚLTIMA CATEGORIA E MAIS IMPORTANTE PRA MIM É , SENTIR- SE BONITA, ISSO NÃO DEPENDE DE EXTERIOR, DE ALGUÉM, DE CIRURGIÕES, DA NATUREZA. SENTIR-SE BONITA TEM A VER COM A AUTOESTIMA, COM SEU INTERIOR. NÃO DEPENDE SE NASCEU SEM PAR DE OLHOS VERDES OU AZUIS, SE SUA CINTURA É TANTO, OU SE SUA ALTURA E PESO ESTÃO EM DIA. SENTIR-SE  BONITA, NÃO TEM PREÇO, ENTRETANTO, CUSTA . O PREÇO SERIA SE CONHECER UM POUCO MAIS E COM ISSO SE VALORIZAR .


MARCOS BERSAM
PSICÓLOGO CLÍNICO

quinta-feira, 4 de outubro de 2012

QUANDO SER BONZINHO DEMAIS COM A MULHER É TOLICE.




Divã alinhado na posição costumeira e minha poltrona bem confortável me permite despojar meu corpo e afrouxar minha atenção. Estou falando da velha atenção flutuante recomendada por Freud, isto é,nesse ínterim que nós terapeutas tentamos entrar na mesma sintonia que o inconsciente do outro deseja se comunicar. A fala do cliente está impregnada de uma lamentação irritante; o mesmo está incrédulo diante do rompimento de sua noiva. Ele falava tentando entender como pode acontecer o noivado esfacelar-se; estava tudo acertado. Apartamento escolhido, móveis encomendados e projeto gráfico do convite em andamento. É bem verdade, que a respiração diafragmática do cliente, apontava elevado nível de ansiedade; depois que o pulmão recobrou a consciência de sua função visceral as cordas vocais formaram a frase que teimava em sair: "EU FIZ TUDO POR ELA!" .,Numa tentativa de entender melhor tal assertiva, perguntei, pontuei e sumarizei o discurso; haja vista que pressentia que o mesmo tinha dado como certo que eu havia entendido o que ele estava a dizer. A expressão "TUDO"era uma incógnita naquele discurso; quem sabe, estivesse querendo dizer "perfeito", completo; pleno. Naquele instante me lembrei de Fernando Pessoa "Adoramos a perfeição, porque não a podemos ter; repugná-la-íamos, se a tivéssemos .O perfeito é o desumano, porque o humano é imperfeito." Na verdade essa afirmação é recorrente não só num processo terapêutico, entretanto,  tangencia qualquer conversa de fim de noite; ou de mesa de bar. De modo geral, essa frase é dita por aqueles que sempre se sentiram inferiorizados na relação; olha você deve concordar comigo que quando estamos inseguros e atravessados pela sensação de menos valia deixa-se de lado o pouco que resta de minha autoestima para alavancar a realização do desejo alheio. Então ter feito tudo por ela foi o atalho encontrado para esquecer-se de si mesmo; talvez para diminuir a sensação iminente da perda. E por conseqüência NÃO TER FEITO NADA POR MIM. Então nessa falta de medida acaba-se anulando em prol do seu parceiro ou namorado. Nessa tentativa de fazer tudo nos esquecemos de nos fazer interessantes e sermos conquistados também. Na verdade você deve se perguntar : Se ao fazer tudo você não está também tentando, não deixar a realidade se fazer presente na relação? É muito comum esse tipo de pessoa se sentir culpado por não ter adivinhado o que o outro queria. Então tudo é demais para alguém que está numa relação limitada pela própria condição humana. O dia que você por algum motivo, não conseguir ser esse tudo, talvez seja visto como o NADA; então incorporar as vestes do humano; da limitação e da falta faz bem pra qualquer relação. Então fazer tudo é o primeiro passo para o enfado; até porque sabemos  o que move o humano é a falta. É sabido que é importante , sim,  fazer pelo outro, porém quando fazemos pelo outro de um modo que aquilo não nos custe o aniquilamento, quando faço por amor minha memória entra em colapso e não tem a necessidade de lembrar-se dos feitos de outrora; ou seja, o famoso “jogar na cara”. Quando eu faço "TUDO" pelo outro , é porque assumo a condição de violar minhas limitações. Não precisamos fazer tudo, até porque o outro não nos pede isso. Quando ajo assim, coloco em xeque minhas limitações, contraio uma dívida comigo mesmo.   Sinto-me violentado e usurpado na minha condição de sujeito. E não demora muito vem à decepção de mãos dadas com amargura, e bate a porta da consciência, quando aciona a memória num ato tardio e desesperador de cobrança do que foi feito mais por medo do que por amor.

Dr.Marcos Bersam

EU TE AMO DE MANEIRA SINGELA .

terça-feira, 2 de outubro de 2012

FRACASSEI, DESISTI OU NEM COMECEI?




 Olá amigos internautas, é sempre a mesma coisa. Quando menos espero  aparece um cliente no consultório,  que vem com esse aforismo: "Não termino nada que começo". As vezes também fora do setting analítico, é possível ouvir uma mãe dizer assim:meu filho não faz isso, porque não gosta”. Não precisa ser psicólogo,  para ver que a velocidade de começar  só é menor,  do que o desejo de parar de faz. Com isso percebo cada vez mais crianças educadas na pedagogia, do gostou, fez,  ou não gostou, parou. E o incrível é que aparecem aqueles psicólogos que garantem que fazer sem vontade traumatiza.  E por falar em traumatizar, o palavrinha mal usada, entretanto,  isso é  tema para um próximo artigo.  Talvez por isso,  nos tempos modernos, sejamos muitos bons para falarmos em direitos e muito débeis para entendermos deve. A geração de hoje aprende com muita facilidade,  que ela tem direitos; são tantos direitos que nem mais sei qual o mais recente. Haja vista a quantidade de estatutos. A educação de hoje é centrada na idéia de que o princípio do prazer deve ser dilatado cada vez mais. É gostoso então faço. Se não é gostoso não é preciso fazer; ou melhor, posso ter a opção de deixar de lado ou adiar, contudo com a anuência dos pais.   Não fazer só o que queremos é o principio da civilização; alguns valores e normas não podem ser negociados. Ou seja, você deve ser educado, desenvolver a cortesia; pensar no outro; entender a noção de limite, respeitar; ter disciplina. Na verdade se você fizer o que gosta estará fadado a deixar enraizar em você sua natureza primitiva e animalesca.  Uma das formas de não terminar algo é querer fazer tudo ao mesmo tempo ou não sabendo o que se quer. Quando não tenho uma meta tudo se torna atrativo e essa volatilidade de vocações esbarra na falta de foco e de metas. Querer sem ter estabelecido o que, quando e de que forma atingir é a forma mais fácil de não ter sucesso. E não ter descoberto sua vocação fará mais cedo ou mais tarde não ter forças para continuar,  e deixar abater sobre você a prostração existencial.  Ser generalista e não usar a especificidade é um perigo quando o assunto é objetivo e metas. Vamos dizer que você quer emagrecer; tudo bem, mas de que forma? Quanto? Em quanto tempo? Por qual motivo? Com ajuda de quem? De que maneira? A pirraça usada pelas crianças para evitar algo na vida adulta se transforma em condutas de adultos que fazem mal feito ou pela metade suas tarefa. Então é aquela velha estória sujeito faz um curso aqui, faz outro ali, começa muito  inspirado hoje e amanhã desmotivado. Então temos aquela velha situação, o sujeito teve sucesso porque fez o que gostava ou aprendeu a gostar do que fazia? Antes de gostar temos de conhecer, interagir, experimentar. Ninguém escolhe o destino de sua viagem de fim de ano pensando no motorista ou no piloto. Eles são parte da viagem ,sim, mas com certeza você não saberá o nome dele, não irá tirar fotos  e nem precisa gostar dele para chegar seguro ao seu destino. Certo? Estou falando isso; pois temos jovens escolhendo  a profissão pensando em que disciplina escolar tem afinidade. Tais motivos são medíocres demais numa escolha profissional; ninguém escolhe ir para o fim do mundo porque o piloto do avião tem os olhos azuis. Gosto de português farei isso, gosto de história faço aquilo, mas tem a matemática. Em quase todas as escolhas profissionais você deve gostar de gente, isto é, as profissões existem para ajudar o humano. Quem mantém uma acidez emocional elevada, ou é analfabeto nas emoções,  pode comprometer o sucesso de seu fazer. A profissão tem que ser escolhida por um sentido maior . A profissão tem que ter um propósito e tem que reunir a capacidade de proporcionar mudança na vida do outro. A profissão tem que ter entusiasmo, paixão, justiça, utilidade e sentido existencial.  A capacidade de escolha de muitos sempre ficou embotada.De modo geral, quem vai nos ajudar também não escolheu nada. Então as suas motivações não podem depender de estar gostando ou não; imagine se a sua capacidade de motivação estiver atrelada a algo tão volátil,  como o prazer.  Nunca se fez tanto o que se queria,  e nunca se teve tantas pessoas frustradas como hoje em dia. Nunca se teve tanta liberdade de escolha, e nunca se ficou tão sem saber qual caminho seguir como nos dias atuais. Faculdades e cursos crescem na mesma velocidade da insatisfação profissional.  Tem a máxima que sempre repito:" o sucesso só vem antes do trabalho no dicionário"; Na vida,  o sucesso é colhido depois de muito esforço; disciplina; tenacidade e isso não é gostoso, entretanto, pode ser  doloroso.  Na verdade muitos não terminam seus projetos,  porque na verdade nunca começaram de verdade. Entendo que as vezes desistir no meio do caminho é uma forma "inteligente" de sabotar a si mesmo, isto é, a forma de não assumir o risco de ser avaliado. Eu sei que muitos vão discordar, mas começar pra mim é muito mais do que desejar, tentar ou  arriscar. Podemos dizer, que começar é acreditar de modo contagiante, talvez algo que se aproxime da certeza encontrada na fé, no qual você transmita e contagie quem estiver perto de você. O entusiasmo do sonho deve ser o indicativo de que você começou algo. Quem sabe não falta você rever sua fala, e pensar no seguinte: " existem muito mais pessoas que não começaram de verdade do que fracassaram ou desistiram na vida"


Dr. Marcos Bersam

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

CIÚME


CIÚME




Olá, meus leitores do site.
Devo confessar que sempre sou sabatinado sobre esse tema nos lugares mais
impróprios. Para entendermos o ciúme, temos que falar de inveja, raiva, complexo
inferioridade, rivalidade, insegurança, infantilismo, culpa e principalmente medo.
Podemos dizer que, o medo vai mudando com a idade, ou seja, o recém nascido tem
medo de barulhos altos e inesperados e aparição súbita de máscaras ou rostos que
não sejam familiares. Uma criança, por volta dos 06 anos, tem medo do escuro ou do
bicho papão, já o adolescente tem medo da reprovação grupal ou do constrangimento
social ocasionado quase sempre pelos pais, isto é, os famosos “micos”, tais como:
levar o filho na festa; buscá-lo na saída da balada.
A mulher de 30 anos, as balzaquianas, de não casar e o ancião medo da morte e da
solidão. Com isso, o medo ganha nuances de acordo com o período existencial do
sujeito. Podemos afirmar que, o ciúme é a doença do amor e do medo.
Como falei anteriormente, um medo diferente neste caso medo de ser preterido,
abandonado, rejeitado e, ainda de não ser suficientemente atraente e "bom" para o
outro. Quase sempre, uma vida pontuada por situações de orfandade, maus tratos,
abusos sexuais, doença crônica e grave dos pais ou até mesmo o complexo Édipo mal
resolvido.
E quando o sujeito ingressa na vida adolescente e adulta, ou começa a se relacionar
afetivamente, tais medos que estavam latentes atualizam-se de maneira exponencial
nas relações. Podemos dizer, que as crises de ciúmes de hoje, nasceram num
passado remoto. A tentativa de proteger e resguardar a relação atual com controle,
posse, medo e apego, são formas desesperada de reparar as cicatrizes emocionais de
outrora.
O ciúme é um conjunto de reações comportamentais frente a uma ameaça real ou
imaginária, podemos dizer que, todo sujeito medianamente “normal” tem noção do
perigo, portanto, em algumas ocasiões pode sentir-se inseguro e amedrontado na
relação. Há uma desproporcionalidade entre a ameaça sentida pelo sujeito e o perigo
real. Imaginemos que você é assaltado ou atacado por um animal feroz, diante dessa
situação há um perigo real que justifica toda a conduta de pânico, porém, ao contrário
você vê uma borboleta ou uma barata e fica sem voz, com taquicardia, com sudorese
e em estado alerta. Nesse caso, a ameaça é imaginária e desproporcional ao fato. É
isso que a Psicologia chama de neurose.
O ciumento sataniza o rival, ora sendo a família, ora o trabalho ou mesmo uma
pessoa. O ciumento patológico sempre sabota o crescimento existencial do seu
parceiro, pois sabemos que para evoluir precisamos da liberdade e essa traz consigo
insegurança e riscos. E isto, é tudo que o ciumento quer evitar.
O controle da situação é buscado a todo custo. Ele costuma dizer e querer afirmar
que é bobagem a mulher "malhar", trabalhar fora de casa, ou ter amigos. Por isso, o
ciumento quer escolher as amizades, os programas, os lugares que a pessoa possa
frequentar.
Ele pretende oferecer tudo, entretanto, tal conduta não é porque ele é bonzinho;
mas por não tolerar a sensação da perda, do descontrole, do risco. O ciumento
acaba procurando deixar o outro sempre dependente dele, seja emocionalmente ou
economicamente.
Na verdade, pode até parecer demonstração de amor, cuidado ou zelo. Só que no
fundo o ciumento está preocupado apenas consigo mesmo. A fragilidade egóica e a
sensação de insegurança renitente aliada à frustração e a raiva do rival fazem com
que ele queria se certificar de que jamais será traído.
Muitos ciumentos querem e ficam insistentemente querendo saber do passado,
de detalhes da vida sexual de seus parceiros, na verdade isto faz com ele não
aquiete suas dúvidas. Quanto mais ele investiga a vida do outro, mais aumenta sua
insegurança, isto é, ele está sempre insatisfeito quanto às respostas obtidas.

Pode-se dizer que, o ciúme é primo próximo da inveja, quando elege o rival o sujeito
assina sua confissão de ser invejoso. Sempre digo que a inveja é a admiração não
verbalizada e o despeito toma conta de você. Um jeito muito eficaz de combater a
inveja é trabalhar o orgulho, por exemplo, admitir que você não necessita ser "perfeito"
para ser amado.
O ciumento deseja ter atributos do rival, na sua fantasia, ele sim, possui atributos
mais interessantes. Elege o outro como mais capaz, belo, forte, sensual, inteligente.
Só que, de modo geral, o ciumento não tem consciência disso e age com extrema
agressividade em relação ao rival, tentando diminuir ou desmerecer aspectos
profissionais, raciais, culturais, econômicos.
O orgulho no ciumento é muito intenso, recorre a esse dispositivo para lidar com
ansiedade, sensação de menos valia, insegurança. Dessa maneira engendra
mecanismos narcísicos para se iludir pensar que é algo que não é.
Diante do menor deslize do outro, ele é categórico em achincalhar, humilhar, julgar,
agredir sem a menor compaixão. Na verdade, a vontade de diminuir o outro e se
colocar como o máximo é fruto também de sua neurose. E não precisa ser psicólogo
para afirmar que, o ciumento patológico é egocêntrico. Pois, este (o ciumento) em
nome do amor e do cuidado, não se contenta com a felicidade do outro. Se o parceiro
deseja crescer e viver o ciumento começa a ficar ansioso e incomodado.
Temos que dizer também que o ciumento parece captar quem ele deve eleger como
parceiro, ou seja, parece que o parceiro do ciumento autoriza de modo inconsciente
que ele exerça total controle. Vocês devem ter escutado: "vou ver com meu marido se
posso".
Na verdade, temos o que merecemos, o parceiro do ciumento quase sempre deu
uma procuração em branco para o outro ser dono de sua vida. Nessa confusão
de sentimentos o ciúme não prova nenhum amor, o ciúme prova simplesmente o
desrespeito ao outro: o apego, a insegurança, o infantilismo da relação.
Finalmente, o ciúme, pode e vai acontecer, sim, pois somos seres com nossas
limitações e medos, mas o ciúme para ser normal deve ser passageiro, pontual
e transitório e não impedir o crescimento e felicidade do outro. Então, o ciúme
é como um tempero na relação, na verdade se você for preparar um prato terá
necessariamente de colocar o sal; mas a medida exagerada pode comprometer todo o
paladar.
Seja ciumento da mesma forma que utiliza o sal, entretanto, não exagere na dose e
nem esqueça que a ausência dele faz com que qualquer iguaria perca a graça.

MARCOS BERSAM