terça-feira, 16 de agosto de 2016

CALENDÁRIO DO AMOR

“VERDADES” DA MULHER BALZAQUIANA.

Depois desse texto, com certeza, terei comprado uma briga com, no mínimo, uma dúzia de mulheres que teimam em ler meus artigos de psicologia, aqui, na internet.  Entre a falta de inspiração e a oportunidade de escrever um novo artigo, claro que preferi ter uma enxurrada de possíveis e-mails de protesto, principalmente, das balzaquianas, 

O fato aconteceu distante das paredes do consultório, assim não conseguindo mais precisar onde, quando e como ouvi uma frase que ficou reverberando em meus ouvidos.   O anonimato da pessoa que disse teria sido total, se não fosse o tom de voz inconfundível daquela mulher que tinha vivido mais de trinta primaveras, ou seja, a única certeza era que tal frase tinha sido dita por uma balzaquiana.  Incerto de qual grau de parentesco com a adolescente, só pude perceber que a ordem, aliás camuflada de recomendação era assertiva, firme e não vacilava. Assim sendo, o transeunte mais distraído, pode escutar perfeitamente: - Menina,  já te falei que hoje não é dia de namorar!

Desprovido de um tema e com necessidade de fazer uma mea culpa com o esgotamento de minha inspiração, na últimas semanas, vi nessa frase um elixir de salvação para o blog e o site.  Afinal, depois dos 30 anos costumamos reforçar crenças e “verdades” que não sabemos muito bem de onde saíram, por isso o último recurso para escrever sobre psicologia é observar uma pessoa dos 30 aos 40 anos. 

Algumas pessoas chegam até o consultório com verdades acerca do amor e do sexo; por exemplo, cansadas de terem relações íntimas apenas no palco geométrico da cama, onde   caricias e beijos ficam confinados ao tédio dos eventos sociais. A falta de criatividade com a vontade frustrada acaba deixando o beijo, sem sabor, assemelhado ao chuchu da última feira.  

A crença de que existe local, dia e momento para amar é muito mais forte do que imaginamos, por exemplo, algumas pessoas acabam procurando no casamento a certeza de um calendário afetivo que nunca acontece. Aquela adolescente não conhecia essas regras, queria amar sem convenções, rir sem pedir permissão, brincar enquanto não precisava fingir-se de séria e adulta. 

Aquela mulher de trinta anos, claro, bem intencionada precisa adestrar a forma de amar daquela jovem incutindo a crença de que o amor precisa ser agendado.  Tal crença reforça o tédio de relações afetivas no futuro. Por fim,  aquela menina queria namorar todo dia, sim; talvez nossa balzaquiana estivesse saudosa e ressentida da época em que viveu o gosto de amar, sem combinar de antemão com o calendário.

Marcos Bersam
Psicólogo 

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