CHORAR SOZINHA!
As pessoas tinham notado que você
não estava bem, ou seja, não tinha mais como disfarçar sua prostração, o
desinteresse por tudo dava o contorno exato do que estava vivendo. As lágrimas
eram apenas o transbordamento necessário de tantas amarguras. Então, olhos
inchados de tanto chorar eram uma constante, algumas vezes, chegava a acreditar
que não tinha mais lágrimas. A vontade
era de pedir ajuda, mas não reunia forças necessárias para pedir socorro, pois
a depressão tinha fechado a porta de saída.
Confinada dentro de você mesmo,
sem como pedir socorro e com uma cota de tristeza para ser expurgada,
decididamente, havia algo que precisava ser colocado para fora; não podia ser
apenas aquele choro convencional e rotineiro. De fato, parecia que uma dor
maior precisava soltar para fora de seu peito, Intuitivamente, você, precisava
estar sozinha na sua intimidade para a catarse necessária. Algumas pessoas acabam
dizendo o seguinte: Ah! Tive que entrar no banheiro e chorar sozinha!
Não era a vergonha que fazia você
recolher-se num cômodo ou um aposento de porta trancada, na verdade precisava
entrar dentro de sua intimidade e sondar o que te afligia. O choro sozinho é
uma forma de conversar com seu sofrimento, não é apenas um alívio; mas, sim,
um processo de cura. Às vezes, na pressa de querer sair em disparate para
enxugar as lágrimas do outro, não deixamos ele chorar tudo que precisa, assim
sempre fica algo lá dentro.
Então, não era medo e receio dos outros perceberem sua dor, até mesmo porque esse choro sozinho não tem tantas lágrimas, tão somente soluços da alma. Com a intenção de manter sua dignidade, talvez conversar com sua dor mais profunda para dar um outro significado. Enfim, distante dos conselhos de ser forte, ter fé, ver o lado bom da vida, reconhecer as conquistas, apenas queria ser fraca em toda sua plenitude. Por fim, o choro não era restrito a miseras lágrimas, o corpo encolhido; alma soluçante; joelhos arqueados no solo davam condições de encontrar o apoio necessário para
alavancar e impulsionar uma nova tentativa de continuar sobrevivendo.
Então, não era medo e receio dos outros perceberem sua dor, até mesmo porque esse choro sozinho não tem tantas lágrimas, tão somente soluços da alma. Com a intenção de manter sua dignidade, talvez conversar com sua dor mais profunda para dar um outro significado. Enfim, distante dos conselhos de ser forte, ter fé, ver o lado bom da vida, reconhecer as conquistas, apenas queria ser fraca em toda sua plenitude. Por fim, o choro não era restrito a miseras lágrimas, o corpo encolhido; alma soluçante; joelhos arqueados no solo davam condições de encontrar o apoio necessário para
alavancar e impulsionar uma nova tentativa de continuar sobrevivendo.
Marcos Bersam
psicólogo
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