sexta-feira, 28 de outubro de 2011

ARTIGO DO MÊS.

DESISTIR, FRACASSAR OU PERSISTIR

É sempre a mesma coisa não demora muito alguém fala: Eu desisti não estava dando certo! Seja em relação a um trabalho, um relacionamento ou uma idéia. De modo geral a empolgação de outrora cede lugar a prostração e ao desanimo. Na verdade fica a dúvida qual a linha que demarca a fronteira entre a sensatez de jogar a toalha e a falta de fé ou motivação para continuar. Na verdade muitos desistem dos sonhos e pensam que fracassaram; pois assumir um fracasso não é tarefa fácil. De certa forma desistir não é tão humilhante para a sociedade tal como a palavra fracasso; ou seja, desistir torna-se um atalho para não ser estigmatizado de fracassado. Imagino que vocês vão concordar que os fracassados de hoje são os desistentes de ontem. Afinal primeiro devemos definir o fracasso; enfim de que fracasso estamos falando? Do monetário, do afetivo, do profissional; espiritual ou existencial. De modo geral o sucesso numa área não convive com o fracasso em outra. Hoje em dia parece que o objetivo maior é o sucesso do ter; ou seja, acumular, disputar e esmagar o concorrente é a didática dos tempos atuais. Então o materialismo cada dia aumenta a legião de fracassados de plantão e uma vez amargurado com sua desistência o sujeito se vê compelido a arrastar mais alguém para comungar o mesmo sentimento de derrota e fracasso. Afinal a dor sentida junta isenta nossa culpa e responsabilidade sobre a inércia adota por nós. Enfim podemos dizer que definimos fracasso pela via da comparação; ou seja, o outro é a minha baliza é o indicador de quanto tive de sucesso. Com isso quase sempre adotar essa filosofia leva você a desenvolver a inveja e não ter como ponto de parâmetro você. A inveja joga um anestésico em sua alma. Podemos dizer que entorpecida essa última fica a deriva alimentada pela raiva e frustração. Acreditamos fracassados muitas vezes por estarmos alienados pela vontade do outro. Vejo pessoas que desistem porque não tem seus sonhos, apenas buscam o que lhe disseram ser mais sensato e oportuno. Então estudo e faço um curso superior pro meu pai, estudo porque todos na minha família estudaram, permaneço casado porque tenho filhos. Os fracassados de ontem são forjados na severidade da educação familiar dos dias atuais; onde o improviso não tem lugar e o erro é satanizado pela pressa capitalista de que tempo é dinheiro. Na verdade antes de acontecer o fracasso somos tangenciados pelo marasmo, pela falta de entusiasmo e pela ingratidão. E nessa confusão de conceitos vejo muitas crianças sendo educadas pensando que ter sucesso é ter fama; olha a confusão está formada. A fama pode vir a um preço muito alto; mas o sucesso não necessita da fama. Acredito que todas as pessoas bem sucedidas entendem os pequenos progressos, as conquistas singelas. A pessoa de sucesso não quer romper uma linha de chegada; pois muitas vezes isso é o primeiro passo para a aposentadoria existencial compulsória. E você pode atingir a fama sem ser bem sucedido. A fama hoje quase sempre pode ser financiada pelo cartão de crédito já o sucesso tem a ver com sentido, com o propósito que cada um atribui a sua vida. O sucesso não compactua com inutilidade existencial. O sucesso não é medido pela conta bancária ou através da velocidade que se troca de carro. A busca da fama obsessiva muitas vezes é para aplacar o complexo de inferioridade e a sensação de menos valia. Sentir-se invejado alimenta a alma já enferma ha tempos. Na verdade somos convidados a sempre imaginarmos que estamos a um passo do fracasso por não termos a fama. A fama é a vontade infantil de ser reconhecido; seja através da face book; seja através da lipo; ou seja, pela prótese de silicone recentemente financiada. E quem sabe que aí entra o conceito de perseverar que é pouco difundido; não somos ensinados a ter persistência. Temos que entender que esse conceito faz você trabalhar sem se preocupar com o resultado imediato. Na verdade a pressa de modo geral não permite perseverar. Quando temos pressa entendemos que não chegar no tempo que imaginamos a um objetivo é fracassar. O fracassado tem olhos para o que falta; ele na verdade carrega consigo a ingratidão renitente. O fracassado de plantão não é muitas vezes abençoado por ele amaldiçoar-se a si mesmo sem a intencionalidade do silêncio de sua insatisfação permanente. Então quando você não está ansioso e quer dar o melhor de si e empreender forças para lutar um pouco mais independente do tempo traçado mentalmente você consegue verdadeiros milagres. Então aquela velha estória já faz tanto tempo e nada; tenho que me formar até tantos anos; tenho que passar no vestibular; tenho que vender essa quantia em tanto tempo; tenho que casar até tantos anos; tenho que ter filhos até tal época. E como já dizia o velho Freud “se não quiséssemos ser tão bons seriamos melhores”. Quando fazemos o dever de casa diário e esquecemos momentaneamente que temos que ter sucesso; que precisamos da fama; que necessitamos de resultados a vida conspira a nosso favor. Na verdade muitos que chegaram ao topo são os que fracassaram momentaneamente; mas reuniram forçar e persistiram um pouco mais. O fracasso pode ser pedagógico e nos fazer crescer, amadurecer. Na verdade pessoas persistentes não são insistentes; pois essas por sua vez são tolas e não usam a capacidade de parar um pouco e refletir. Costumo falar o seguinte a diferença de insistente e persistente é a seguinte. Imagine dois amigos pescando o insistente quer pegar peixe num determinado local o outro muda; para; contorna o rio, lança a rede a noite, providencia o barco para ir para águas mais profundas. O rio é a vida; precisamos saber explorar as margens; as águas profundas. Entenderam? Os insistentes não demoram estufar o peito e dizerem: Eu tentei! Eu fiz tudo! A vida foi ingrata comigo! O insistente também se torna um fracassado que tem até um orgulho neurótico de sua derrota. Na verdade ser persistente às vezes é parar e mudar a estratégia; deixar o orgulho e a soberba de lado. O persistente não busca o sucesso por isso não encontra a derrota; ele não desiste porque sabe e tem certeza de que ele é responsável em grande parte pelos resultados. É difícil afirmar, mas a chance de você ter desistido ou insistido e muito maior do que a ter fracassado.

Dr.Marcos Bersam

olá amigos visitem o site www.marcosbersam.com.br e se puderem comentem os artigos. E pessoal paciência com a demora as vezes em postar algo novo. Mesmo que vocês não gostem sempre será no mínimo original.....rs. Estou postando no youtube uma série de videos sobre ciúme.

sábado, 22 de outubro de 2011

DOENÇA DO AMOR


ELE TEM CIÚME DE MIM PORQUE ME AMA. SERÁ?

Olá minha meia dúzia de leitores do site. Devo confessar que sempre sou sabatinado sobre esse tema nos lugares mais impróprios. Para entendermos ciúme temos que falar de inveja, raiva, complexo inferioridade, rivalidade; insegurança, infantilismo, culpa e principalmente medo. Podemos dizer que o medo vai mudando com a idade; ou seja, a criança recém nascida tem medo de barulhos altos e inesperados e aparição súbita de máscaras ou rostos que não sejam familiares. Uma criança por volta dos 06 anos tem medo do escuro ou do bicho papão já o adolescente tem medo da reprovação grupal ou do constrangimento social ocasionado quase sempre pelos pais, ou seja, os famosos “micos”; levar o filho na festa; buscá-lo na saída da balada. A mulher de 30 anos; as balzaquianas, de não casar; e o ancião medo da morte e da solidão. Com isso percebe-se que o medo ganha nuances de acordo com o período existencial do sujeito. Então podemos afirmar que o ciúme é a doença do amor e do medo. Como falei anteriormente um medo diferente, nesse caso medo do abandono, medo de ser preterido; medo da rejeição e de não ser suficientemente bom e atraente para o outro. A origem remonta a vida pregressa do sujeito ter sido ladeada de estórias de abandono; maus tratos; abusos sexuais; doença e risco iminente da morte de um dos pais ou o complexo de Édipo mal resolvido. E quando o sujeito ingressa na vida adolescente e adulta e começa a se envolver afetivamente com um parceiro tais medos que estavam latentes se atualizam de maneira exponencial nas relações. Podemos dizer que as crises de ciúmes de hoje nasceram num passado bem distante e que a tentativa de proteger o relacionamento é uma forma desesperada de reparar as cicatrizes emocionais de outrora. O ciúme é um conjunto de reações frente a uma ameaça real ou imaginária; podemos dizer que todo sujeito medianamente “normal” tem noção do perigo. E aí nos preparamos para lutar ou fugir. Só que algumas pessoas ficam alarmadas por situações apenas imaginárias. Há uma desproporcionalidade entre a ameaça e o perigo real. Imaginemos que você é assaltado; ou atacado por um animal feroz diante dessa situação há um perigo real que justifica toda a conduta de pânico; mas ao contrário você vê uma borboleta ou uma barata e fica sem voz; taquicardia; sudorese e em estado catatônico. Na verdade a ameaça é imaginária e desproporcional ao fato. É isso que a Psicologia chama de neurose. O ciumento sataniza o rival; ora sendo a família; ora o trabalho ou mesmo uma pessoa. O ciumento patológico sempre sabota o crescimento existencial do seu parceiro; pois sabemos que para evoluir precisamos da liberdade e essa traz consigo insegurança e riscos. E isso é tudo que o ciumento quer evitar. O controle da situação é buscado a todo custo. Ele costuma dizer e querer afirmar que é bobagem a mulher malhar; trabalhar fora de casa; ou ter amigos. Ou seja, o ciumento quer escolher as amizades; os programas; os lugares que a pessoa possa freqüentar. Ele pretende oferecer tudo; mas tal conduta não é porque ele é bonzinho; mas por não tolerar a sensação de perda; de descontrole, de risco. Com isso o ciumento acaba procurando deixar o outro sempre dependente dele; seja emocionalmente ou economicamente. Na verdade pode até parecer demonstração de amor, cuidado ou zelo. Só que no fundo o ciumento está preocupado apenas consigo mesmo. A fragilidade egoica e a sensação de insegurança renitente aliada à frustração e raiva do rival fazem com que ele queria se certificar de que jamais será traído. Com isso muitos ciumentos querem e ficam insistentemente querendo saber do passado, de detalhes da vida sexual de seus parceiros; na verdade isso faz com ele não aquiete suas dúvidas. Quanto mais ele pesquisa mais aumenta sua insegurança ele está sempre insatisfeito quanto a inquisição. Quando falamos de ciumento sempre tem um terceiro elemento, um rival. É interessante que ele na verdade está mais preocupado com esse do que com si mesmo. Na verdade por isso dizemos que o ciúme tem um primo próximo que é a inveja. O ciumento tem em si latente a inveja do outro; ao eleger o rival como inimigo ou como algo a ser evitado ele acaba assinando sua condição invejosa. Sempre digo que a inveja é a admiração não verbalizada; o despeito toma conta de você. Um jeito muito eficaz de combater a inveja é admitir que você tenha muito a aprender; que o outro é realmente bom no que faz e pode ser tido como exemplo. É como se o ciumento quisesse ser o rival; na sua fantasia ele sim possui atributos mais interessantes que possam despertar o interesse de seu parceiro. Ou seja, ele elege o outro como mais interessante; capaz; belo, forte, sensual, inteligente. Só que de modo geral o ciumento não tem consciência disso e age com extrema agressividade em relação ao rival; seja falando que o trabalho do parceiro é uma porcaria, que fulano é pobre; que a família não vale nada; ou seja. A pessoa ciumenta tem um orgulho incrível ela diante da ansiedade de menos valia e insegurança engendra mecanismos narcísicos para se iludir e pensar é tudo o que sabe não ser: competente; seguro; assertivo; forte; maduro. Diante do menor erro do outro ele é categórico em achincalhar; humilhar; julgar; agredir sem a menor compaixão. Na verdade a vontade de diminuir o outro e se colocar como o máximo é fruto também de sua neurose. O ciumento também sofre de orgulho; ou seja, para evitar perceber suas limitações ele purpurinaza seu ego. E não precisa ser psicólogo para afirmar que o ciumento patológico é egocêntrico. Ou seja, podemos dizer que em nome do amor e do cuidado ele não se contenta com a felicidade do outro. Na verdade quando o parceiro deseja crescer e viver o ciumento começa a ficar ansioso e incomodado. Temos que dizer também que o ciumento parece captar quem ele deve eleger como parceiro; ou seja, parece que o parceiro do ciumento autoriza de modo inconsciente que ele exerça total controle. Vocês devem ter escutado: vou ver com meu marido se posso fazer isso; se posso voltar a estudar, se posso me matricular em tal curso; se posso. Na verdade temos o que merecemos o parceiro do ciumento quase sempre deu uma procuração em branco para o outro ser dono de sua vida. Nessa confusão de sentimentos o ciúme não prova nenhum amor; o ciúme prova simplesmente o desrespeito ao outro; o apego; a insegurança; o infantilismo da relação. O ciúme pode e vai acontecer sim, pois somos seres com nossas limitações e medos; mas o ciúme para ser normal deve ser passageiro, pontual e transitório e não impedir o crescimento e felicidade do outro. Então o ciúme é como um tempero na relação; na verdade se você for preparar um prato terá necessariamente de colocar o sal; mas a medida exagerada pode comprometer todo o paladar. E aí sabemos que tudo o que fora feito até o momento fica perdido. Seja ciumento da mesma forma que utiliza o sal; não exagere na dose e nem esqueça que a ausência dele faz com que qualquer iguaria perca a graça.

DR.MARCOS BERSAM

AMIGOS VISITEM O SITE WWW.MARCOSBERSAM.COM.BR LÁ VOCÊS ENCONTRAM MAIS ARTIGOS ESCRITOS POR MIM. CONTO COM VOCÊS TAMBÉM PARA SEREM SEGUIDORES DO BLOG.

OBRIGADO A TODOS.

domingo, 16 de outubro de 2011

NOVIDADES


OLÁ AMIGOS DO BLOG.
QUEM NÃO CONHECE UMA PESSOA CIUMENTA? ESTOU PREPARANDO UMA SÉRIE DE VIDEOS NO YOUTUBE PARA ABORDAR ESSE TEMA TÃO PRESENTE NAS RELAÇÕES AFETIVAS. NESSE VÍDEO VOU ABORDAR AS NUANCES E MECANISMOS QUE PERMEIAM A RELAÇÃO DO CIUMENTO COM SEU PARCEIRO. ESTÁ FEITO O CONVITE EM BREVE NO YOUTUBE

ABRAÇOS.
DR.MARCOS BERSAM

"O ciúme é mistura explosiva de amor, ódio, avareza e orgulho."

terça-feira, 11 de outubro de 2011

CARTILHA DO AMOR!


NINGUEM VAI TER AMAR COMO EU!

Olá amigos internautas estava quase me dando por vencido. Afinal não vinha nenhuma inspiração que pudesse reverter tal marasmo intelectual. Então a segunda feira tinha começado a mil por hora; quando pinço de alguma fala de um dos meus clientes tal assertiva: “NINGUÉM VAI TE AMAR COMO EU”. E de modo repentino minha memória dava sinais de que a mesma me soava familiar; ou seja, havia ouvido isso em outros atendimentos e fora do setting analítico também. Na verdade muito melhor do que escrever algo do nosso cotidiano é ler o que reconhecemos como familiar. Então fui tomado por uma sensação de alívio momentâneo; pois afinal o tema tinha tomado forma. Na verdade essa frase tem época e data pra acontecer. A mesma não é ouvida assim sem mais nem menos. Quase sempre ela é dita quando há uma assimetria de interesses; ou seja, quando alguém sente que está prestes a ser deixado pelo companheiro. Numa tentativa desesperada de dar uma sobrevida à relação que está desgastada e em crise. Na verdade quem diz tal frase se autodenomina conhecedor da natureza do outro, estranhamente ele se permite assegurar que ninguém mais presta. Ou que não há nenhuma pessoa no mundo que reúna as qualidades ora propagandeadas. Nessa etapa é como se ele jogasse confetes em si mesmo. Uma espécie de resquício do narcisismo infantil. O pensamento mágico funciona como um oráculo; na medida em que propõe profetizar sobre o futuro. Na verdade muitos que dizem tal frase acabam entendendo que é um favor estar na relação. Na verdade esse mecanismo esconde uma insegurança de ficar só; na verdade a frase poderia ser dita a avessa da seguinte forma: “tenho tanto medo de nem você mais querer ficar comigo”; pois tenho dúvidas se sou mesmo interessante e merecedor de ser amado. Na verdade a projeção se faz presente quando coloco no outro coisas que dizem respeito A MIM. É muito comum numa relação uma das pessoas fazer tudo pelo parceiro não por amor; de modo geral muitos fazem tudo por medo; ou seja, quando faço tudo e não deixo o outro andar com suas próprias pernas acabo sabotando a capacidade do outro acreditar em si mesmo. Então ser “bonzinho” é conveniente na forma de dominar subliminarmente o outro, logo se cria uma dependência que faz eu realmente ficar em dúvida se é capaz. Às vezes algumas clientes dizem “fulano é tão bom! Será? De modo geral quando ouvimos a frase “ninguém te amará como eu” a emoção tangenciada é: “ninguém se sacrificará tanto por você como eu”. Então na verdade a idéia do amor ser um sacrifício, uma dor acaba confundindo os apaixonados. Enquanto amar deveria ser promover o crescimento integral da pessoa e para isso a liberdade é condição inegociável. E não será estranho se nessa lógica do amor emoldurado pela dor eu pedir também que ele se anule; ou seja, que ele fique comigo pelo medo. Então temos várias pessoas que reagem a tal frase pensando: Tenho medo de me arrepender; de não encontrar alguém que me faça feliz ou alguém que se sacrifique por mim. Está montada a equação paralisante da neurose: “amo logo devo sofrer” e o termômetro disso é a emoção do medo. Então com certeza ninguém tem a capacidade de amar igual ao outro; cada amor será diferente; cada começo único, mas nem por isso melhor ou pior apenas diferente.

DR.MARCOS BERSAM
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ARTIGOS NOVOS, FILOSOFIA, PENSAMENTOS E VIDEOS.