sexta-feira, 28 de abril de 2017

O SUICÍDIO NO BRASIL

SUICÍDIO.
Como prevenir?

Ao terminar de ler esse artigo, segundo estatísticas da OMS, uma pessoa terá feito a “escolha” de dar fim à própria vida. Ou seja, em cada 40 segundos uma pessoa , em alguma parte do planeta, decide que sua vida não tem mais sentido. Segundo a OMS, o Brasil figura entre os oito países mais atingidos por esse problema de saúde pública.
Seria pretensão apontar uma única causa para o suicídio, todavia, pode-se afirmar que o passaporte para tal atitude passa pelo desespero. E, tal sentimento, vem de onde? O ser humano urge de sentido em sua vida, logo uma vida desprovida de sentido é um facilitador para a depressão e ,consequentemente, pode oportunizar o suicídio.
A ideia do “nada”, a certeza no materialismo, crença na finitude da consciência, a perda do senso de transcendência são incentivadores da perda de confiança no amanhã. A logoterapia, do Dr. Frankl, ajuda a entender um pouco mais sobre a necessidade de uma sentido em nossas vidas.
Por fim, esse estudioso dizia que existia uma fórmula para o desespero, ou seja, que seria a seguinte:
D(desespero) = S1(sofrimento) –(menos) S2(significado).
Necessitamos do significado, ou seja, as adversidades, problemas, infortúnios, desesperos são passíveis de um significado, ou de vários. Aceitar que existe um para quê e não apenas porquês, isto é, alforria você das justificativas dos dissabores da vida, convida o sujeito a sair do lugar de vitima, sugere alternativas, propõe a esperança, coloca a possibilidade da escolha, tonifica a vontade e alavanca o livre arbítrio.
Então, só iremos prevenir o suicídio quando tivermos capacidade de re- significar o desespero. Tudo na natureza tem um sentido, o acaso não cabe no planejamento do universo, logo sua vida como parte da engrenagem cósmica; também precisa de um sentido, por vezes, não precisamos de dar um sentido, basta apenas reconhecermos o sentido que ficou soterrado pelo medo e culpa de poder construir sua própria trajetória existencial.

Marcos Bersam –
Psicólogo Clínico.

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segunda-feira, 3 de abril de 2017

RELACIONAMENTO EM CRISE

ELE DESPERDIÇOU MINHA CHANCE?

Ela jurava pra ele que tinha dado uma segunda chance, porém, ele não tinha aproveitado e, por isso, não dava mais para continuar o relacionamento. O argumento daquela mulher parecia sensato demais para ser contrariado, inclusive a culpa daquele homem fazia ela ficar envaidecida, ou seja, de ter saído por cima e com razão.
Uma das estratégias para sair de relacionamentos complicados é encarnar o papel de vitima.
No entanto, algumas vezes, a razão não é suficiente para permitir ir além do que os fatos dizem. A verdade é que aquela mulher precisava acreditar que tinha sido justa, mesmo sabendo que nunca tinha conseguido ser justa consigo mesma. É difícil ter pretensão de fazer ao outro o que nunca conseguimos colocar em prática com nós mesmos, certo?
Assim a chance que ela disse ter dado a seu parceiro, na verdade escondia o desejo de libertar-se de uma situação de acabrunhamento emocional. Ela dizia ser justa, porém, escondia sua covardia ao precisar de mais um motivo para encerrar aquela relação. Ela precisava deixar seu orgulho longe da culpa. Nessa equação afetiva ela encontrou uma forma perfeita de dar uma chance a si mesma.
- Vou te dar mais uma chance!
A chance na verdade foi apenas uma armadilha para atestar o que ela sabia de antemão.
-Ele não conseguiria.
Na verdade diante dos fatos aquele homem sentiu-se culpado, porém, com o passar do tempo começou a resinificar os acontecimentos. A culpa fez ele passar por cima de sua dignidade, não questionou as condições da separação. Aceitou sem pensar, concordou com imposições baseado no medo, a culpa selou sua sorte.
Aquela mulher, no máximo, tinha dado uma chance a si mesma.
A chance que ela disse ter dado foi apenas uma forma aceitável de reforçar seu orgulho de ser justa, ou seja, ela quis ser justa com o outro; mesmo tendo sido injusta a vida toda com sua vida.
A culpa que antes era apenas daquele homem começou a visitar a rotina daquela mulher. Ela não sabia muito bem o que estava acontecendo. Naquele momento ela não tinha tanta certeza de que feito a coisa certa. Afinal, aquele homem a tinha decepcionado uma segunda vez. E ela tinha perdido a conta de quantas vezes tinha feito isso com ela mesma.
No afã de viver sua liberdade, no máximo, esbarrava nas grades da dúvida. Ao conhecer pessoas não via graça nenhuma, as coisas não fluíam. Os defeitos de outros homens se agigantavam diante dela quanto mais ela ia os conhecendo.
A falta de sinceridade consigo mesma a fez precisar de um álibi, assim precisava de motivos e justificativas. Não conseguimos dar nada ao outro que não conseguimos ter dado antes a nós mesmos. A chance que dizia ter dado foi para atestar no outro o que ela sabia que já acontecia dentro dela:
- A incapacidade de fazer diferente.
Seria a mesma coisa de dizer para um alcoólatra:
- Irei te deixar sozinho nesse bar durante a noite, só que voltarei de madrugada e espero que não tenha ingerido nenhuma bebida alcoólica.
A chance dela foi dada no compasso de um terreno fértil de oportunidades para mais uma recaída dele. Ela teve o cuidado de armar uma condição que ele não teria como não fraquejar novamente.
Ela não foi culpada, nem vítima, no máximo, humana.
Finalmente, não pense em oferecer uma chance ao outro, quando sempre desperdiçou as chances que a vida lhe concedeu de ser você mesmo.


Marcos Bersam
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