Machado de Assis
quinta-feira, 22 de setembro de 2011
FRASE DO DIA
Machado de Assis
sexta-feira, 16 de setembro de 2011
AGRADECIMENTO
sexta-feira, 9 de setembro de 2011
A ARTE DE OUVIR É A MESMA DA AJUDA
A ARTE DE OUVIR.
O neném já mal vem ao mundo e a família toda está aguardando ele balbuciar. E quando ele consegue construir pequenas silabas é uma felicidade só; alguns até disputam o que ele vai dizer primeiro. Então a fala é algo valorizado por ser algo mensurado; e quantificado. Então não resta nenhuma dúvida de que falar é extremamente valorizado; mas o que não tem todo esse glamour é o desenvolvimento da capacidade de ouvir. Não sei por que parece que escutar e ouvir não necessita de um processo de maturidade; quem sabe por que ouvir não interessa muito ao capitalismo; ou seja, ninguém acredita que ouvir produza, venda, ou gere lucro. Somos incentivados muito pouco a escutar; na verdade nesse mundo onde temos mais falantes do que ouvintes realmente fica parecendo que ouvir é algo desnecessário. Hoje o importante é falar mesmo que numa quantidade muitas vezes que justifica as inúmeras asneiras ditas. Não sei se vocês já notaram tem gente que fala tanto de sua vida; que na verdade se expõe de modo perigoso; algumas pessoas não conseguem ficar caladas e tem que falar de projetos, sonhos e conflitos. Então tudo é verbalizado de maneira compulsiva. E nesse afã fala-se da vida alheia com uma desenvoltura impressionante, ora para aumentar, modificar ou omitir os fatos. Falar é fascinante porque recriamos a realidade de acordo com nosso interesse. Na verdade quando falo não me permito me escutar. A língua funciona como antídoto para eu impedir recobrar a consciência de quem sou. Com isso os pais incentivam os filhos a falarem cada vez mais; se possível mais de um idioma; pois revela inteligência, desenvoltura; desinibição. Na verdade quando nós estamos precisando de ajuda precisamos falar sim, mas não para qualquer um. Na verdade ouvir requer uma arte; já dizia uma pensadora “a arte de ouvir, é também a ciência de ajudar”. O homem precisa saber que tem alguém que possa ouvi-lo de verdade; quando isso acontece na verdade somos elevados a um patamar de importância. Ou seja, quando ouço o outro estou dizendo pra ele nas entrelinhas como este é importante. Então fico a me perguntar se não tivéssemos mais ouvintes também não teríamos menos suicídios, depressões e os antidepressivos e até mesmo menos psicólogos e psiquiatras. Na verdade a arte de ouvir não é valorizada porque quem escuta faz um trabalho anônimo, na verdade quem ouve não aparece; não faz estardalhaço; não liga muito pra esse negócio de exibicionismo. De modo geral quem ouve é discreto e faz sua tarefa sem muito alarde. E na verdade isso é de grande valia para quando você precisa de ajuda; de modo geral você vai dizer eu ouço sim; dou conselhos. Então quem dá conselhos na verdade não sabe ouvir; finge que ouvi; mas na verdade quem aconselha por mais bem intencionado está na verdade não escutando o que o outro está a dizer. Aconselhar nada mais é do que a forma discreta de assumir que ainda não aprendeu ouvir. Quando ouvimos de verdade temos que abandonar a arrogância de que sabemos o que é melhor para o outro; ouvir é saber que cada um tem um tempo próprio. E que conselho não promovem saltos na capacidade de evoluir e muito menos na forma de resolver os conflitos. montes. Então quer especializar nessa arte; cale-se enquanto o outro fala; ouvir não te dá o direito de apontar, julgar ou aconselhar. E é por isso que acredito que a prece e a oração sincera provocam realmente efeitos curativos, haja vista que na oração Deus se cala e se emudece; deixa você falar; chorar; reclamar e quando você menos espera aquela aflição ficou menor. E para sua surpresa ,quando você emudece permite que o outro se escute, na verdade seu ouvido aberto permite que o mesmo funcione como uma câmara de eco; na verdade quando você ouve de verdade não só você ouve; mas você convida seu interlocutor a se escutar. E o mais importante é saber que o passaporte para a compreensão e a empatia é deixar o outro falar sem interrupção. Desse modo podemos ter mais êxitos em perdoar. E hoje se sabe que esse gesto é a maneira mais elementar e barata de promover saúde psicológica. Não importa se você ouvir o outro ou a si mesmo; de qualquer jeito o convite está feito fale menos; escute mais e ajude sem hesitar.
Dr.Marcos Bersam
terça-feira, 6 de setembro de 2011
PRECISO DE UMA GENTILEZA DE VOCêS!
domingo, 4 de setembro de 2011
sábado, 3 de setembro de 2011
FIZ TUDO POR ELA!
Divã alinhado na posição costumeira e minha poltrona bem confortável me permite despojar meu corpo e afrouxar minha atenção. Estou falando da velha atenção flutuante recomendada por Freud; enfim nesse ínterim que nós terapeutas tentamos entrar na mesma sintonia que o inconsciente do outro deseja se comunicar. A fala do cliente está impregnada de uma lamentação irritante; o mesmo está incrédulo diante do rompimento de sua noiva. Ele falava tentando entender como pode acontecer o noivado esfacelar-se; estava tudo acertado. Apartamento escolhido; móveis encomendados e projeto gráfico do convite em andamento. É bem verdade que a respiração diafragmática do cliente apontava elevado nível de ansiedade; depois que o pulmão recobrou a consciência de sua função visceral as cordas vocais formaram a frase que teimava em sair: EU FIZ TUDO POR ELA! Numa tentativa de entender melhor tal assertiva perguntei, pontuei e sumarizei o discurso; haja vista que pressentia que o mesmo tinha dado como certo que eu havia entendido o que ele estava a dizer. A expressão TUDO era uma incógnita naquele discurso; quem sabe estivesse querendo dizer perfeito, completo; pleno. Naquele instante me lembrei de Fernando Pessoa"Adoramos a perfeição, porque não a podemos ter; repugná-la-íamos, se a tivéssemos. O perfeito é o desumano, porque o humano é imperfeito." Na verdade essa afirmação é recorrente não só num processo terapêutico; mas a mesma tangencia qualquer conversa de fim de noite; ou de mesa de bar. De modo geral essa frase é dita por aqueles que sempre se sentiram inferiorizados na relação; olha você deve concordar comigo que quando estamos inseguros e atravessados pela sensação de menos valia deixa-se de lado o pouco que resta de minha autoestima para alavancar a realização do desejo alheio. Então ter feito tudo por ela foi o atalho encontrado para esquecer-se de si mesmo; talvez para diminuir a sensação iminente da perda. E por conseqüência NÃO TER FEITO NADA POR MIM. Então nessa falta de medida acaba-se anulando em prol do seu parceiro ou namorado. Nessa tentativa de fazer tudo nos esquecemos de nos fazer interessantes e sermos conquistados também. Na verdade você deve se perguntar se ao fazer tudo você não está também tentando não deixar a realidade se fazer presente na relação? É muito comum esse tipo de pessoa se sentir culpado por não ter adivinhado o que o outro queria. Então tudo é demais para alguém que está numa relação limitada pela própria condição humana. O dia que você por algum motivo você não conseguir ser esse tudo você pode ser visto como o NADA; então incorporar as vestes do humano; da limitação e da falta faz bem pra qualquer relação. Então fazer tudo é o primeiro passo para o enfado; até porque sabemos que o que move o humano é a falta. Então é importante demais fazer pelo outro; na verdade quando fazemos pelo outro de um modo que aquilo não nos custa nada; a nossa memória entra em colapso e não tem a necessidade de lembrar; ou seja, o famoso “jogar na cara”. Quando eu faço TUDO pelo outro desrespeitando suas possibilidades gera em mim uma dívida comigo mesmo; meu self sente-se violentado e usurpado. E não demora muito vem à decepção de mãos dadas com amargura e bate a porta da consciência e aciona a memória num ato tardio e desesperador de cobrança do que foi feito mais por medo do que por amor.
Dr.Marcos Bersam
sexta-feira, 2 de setembro de 2011
NADA MATERIAL É SEU!
Amanhã, a infância e a mocidade do corpo serão madureza e velhice da forma.
A terra que hoje reténs será no futuro invevitávelmente dividida.
O dinheiro que agora te serve passará depois a mãos diferentes das tuas.
Usa aquilo que vês, para entesourar o que ainda não podes ver.
Entreo berço e o túmulo, o homem detém o usufruto da terra, com o fim de aperfeiçoar-se.By Luiz Claudio Barro"