segunda-feira, 26 de novembro de 2012

FRASE DO DIA: AMOR E PODER




"Onde o amor impera, não há desejo de poder; e onde o poder predomina, há falta de amor. Um é a sombra do outro."

Carl Gustav Jung

quinta-feira, 15 de novembro de 2012

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

CASAMENTO EM CRISE




TENHO QUE SAIR DESSA RELAÇÃO


É bem verdade que sempre critiquei veementemente aquela literatura rasa de revistas femininas que sempre tem um viés de aconselhar e o que se deve fazer para ter um relacionamento ideal, entretanto, confesso, que corro o risco de ao abordar o tema não seja de maneira tão profunda. E mesmo temendo resvalar nesse abismo literário vou me aventurar por esse caminho sempre procurando nunca tangenciar conceitos, receitas ou verdades oportunistas.
Muitas vezes somos bons em aconselhar o que precisamos aprender, ou até  necessitamos  aconselhar, como uma identificação, tentando apaziguar e compadecer com  a dor ou  o medo do abandono  surge nas angustias do outro, porém, é sempre bom estamos atento que nem   sempre  deve-se aceitar facilmente conselhos.
Então, deixemos de lado essas preocupações tolas, pois a verdade é que esse tema com certeza atrai a atenção de inúmeras pessoas, diante do grande número de e-mails que recebo. Estou falando da percepção amiúde, de modo geral, da mulher de que aquele relacionamento já deu o que tinha que dar.
E não só isso, mas também a dependência mórbida que causa infortúnio e inquietude. Você pode estar funcionando como um vale para o outro, ou seja, sua vida pode ser um desfiladeiro que ecoa mais da vida do outro do que da sua: “O conselho é dado muitas vezes a si mesmo”.
Na prática a coisa é bem diferente do que acontece nas páginas de revistas. É muito comum hoje mulheres estarem mergulhadas em relações doentias que as consomem, quer seja do presente ou até do passado.
Vamos devagar, para que eu possa explicar melhor, o que mais acontece nessas relações é assimetria de interesses ou de investimento. Ou seja, de um lado temos as mulheres que fazem de tudo; que se priva de uma infinidade de coisas e que acreditam nas mais descabidas promessas. É muito comum às mulheres gastarem quantidades exorbitantes de dinheiro para manter essa situação seja fazendo cirurgias plásticas, seja assumindo os gastos do parceiro, seja honrando os compromissos de toda a casa.
Em contrapartida, temos aquelas que se desgastam ao tentarmos  resgatar,  algo que não pertence mais o presente. São aquelas relações mal resolvidas, as tais: “Gestalts inacabadas”, “ciclo não concluídos ou fechado”. Uma busca frenética de manter sentimentos, emoções vividos em um tempo que possuía igual relevância, e que hoje não faz parte: Se passado fosse bom não seria passado estaria no presente.
Essas mulheres sempre se colocam na relação de modo inteiramente oprimido, e mesmo fazendo isso tudo tem a sensação de que a qualquer momento serão abandonadas (e serão, até porque sua baixa autoestima, afeta diretamente na sua forma de se relacionar com o outro e consigo mesma). A iminência de perderem o seu parceiro para qualquer coisa sem importância é grande, seja a amante do passado, seja um caso novo: a jogatina ou as drogas. Não importa se essa mulher convive com o medo e o pânico de não conseguir viver sozinha. E como se a dependência do outro formasse uma penumbra sobre seu ser.
Dessa maneira todos apontam para a mulher que aquela relação não tem futuro, de modo geral essa relação socita nessa mulher até o afastamento dos familiares, filhos ou irmãos ou amigos. Nessa relação não há espaço para compartilhar afeto ou interesse.
 O parceiro dessa mulher é exclusivista, não concebe dividir a pessoa amada. Essa lógica acaba fazendo a mulher acreditar que a relação é mais do que realmente é. Ou seja, a dimensão da relação ganha contornos que não existem. Tudo passa a ser superdimensionado, e quando o sexo torna-se muito intenso o rompimento fica ainda mais difícil de desatar.
A mulher tem que rever sua conduta, seus pensamentos e emoções que estão desalinhados com a realidade. Nessa jornada de enfrentamento da crise na relação é comum o sujeito depois começar a sentir raiva mais de si mesmo do que do outro, essa fase é esperada e aguardada. E posso atrever a dizer que, certa forma, até festejada, em muitos casos, a raiva momentânea faz parte do processo de separação. Vale lembra que, raiva e amor são sentimento muito próximos,  que nos possibilita ver o grau e a intensidade das relações que estabelecemos com o outro
Não é possível se separar e adotar a cara de paisagem (cara de que não é, ou não foi afetada), nossas mais íntimas convicções e esperanças estão presente em cada percepção e compreensão da realidade:“a frustração nos visita sem cerimônia”.
 Esse sentimento aponta que a esperança já não mais anestesia a solidão e o sofrimento da neurose do casal e da própria pessoa que perpetua uma situação (relação) que não mais nutri. Para sair é preciso não só desejo e vontade faz-se necessário que a pessoa experimente novas formas de relacionar-se, não somente com o outro, mas consigo mesma, criando possibilidades para experimentar novas sensações e sentimentos.
De modo geral, o terapeuta aponta rotas diversas, não compactua com os clichês adotados até então. Pontua e revê pensamentos disfuncionais e condutas masoquistas. A grande notícia é de que é possível resgatar sua autoestima não de maneira gratuita, mas com muito empenho: Sair de uma relação doentia é bem mais difícil do que entrar.
Não desanime, e lembre-se de que fica a cargo do menos doente na relação selar o fim de estória que de modo geral começou errada. A primeira coisa a fazer é ser coerente com a vocação inerente de cada ser humano: a busca da felicidade.


Dr. Marcos Bersam
Psicólogo Clínico

quarta-feira, 7 de novembro de 2012

terça-feira, 6 de novembro de 2012

EDUCAÇÃO DE FILHOS



EDUCAÇÃO DE FILHOS.
CRI- ONÇAS DO MUNDO MODERNO.

Aposto que você já ouviu inúmeras vezes que as crianças de hoje estão (e são) diferentes e que muitas estão deseducadas e impossíveis, entretanto, o que podemos dizer é  que as crianças de hoje são as mesmas de ontem, no que diz a constituição dos aspectos da inteligência e percepção da realidade. Necessitam de estruturação familiar e princípios sociais para se relacionarem e desenvolverem plenamente; continuam nascendo com as mesmas constituições físicas: duas pernas, dois braços uma cabeça e dois olhos e continuam nascendo sem falar e andar.

O que mudou foram os pais e\ou, o que podemos dizer, a forma como estes conduzem o processo de formação de seus filhos, então: estes sim não são os mesmos de outra época.

Não pense e responda: “qual a diferença de um felino, um cão e uma criança?” podemos dizer que a diferença básica é que o animal é criado e a criança deveria ser educada, ou seja, o animal não tem limite, é regido pelo instinto. Ele pode sair de casa e voltar no outro dia ou até mesmo uma semana depois sem dar satisfação ao dono. Certo?

Só que hoje vemos adolescentes fazendo o mesmo; o sujeito é norteado pelo desejo de fazer o que lhe vem à cabeça sem dar satisfação aos seus progenitores (pais) que importa é a sua vontade, o prazer imediatista. Foi educado para ser servido e não para servir, ou seja, ficou preso no seu narcisismo; o que era para ser uma fase tornou-se um estado.

Não sei se vocês já perceberam, quando nasce uma criança é uma grande alegria familiar, todos desejam presentear, agradar: todo dia é dia de presente, o tio presenteia a avó da uma lembrancinha e o primo mais velho sempre tá ali com uma sacola. No fim de semana os pais pegam o rebento e o levam para o shopping, e lá toma mais presentes e divertimento.

Não que seja errado proporcionar prazer, mas como este vai valorizar o que tem se nunca ficou sem. Vou exemplificar melhor,  tente ir ao melhor restaurante da cidade depois de ter saído de um rodízio de carnes; com certeza você não apreciará as iguarias ali encontradas. É na falta que nasce o desejo. E podemos dizer que, a conquista é um dos ingredientes que imunizam o adulto de amanhã do vazio existencial.

A mãe sai cedo para trabalhar, o pai está com a agenda lotada, cabendo a os avós educar. Então, quando o garoto faz uma travessura e lá vem a avó e diz: “coitadinho não chame atenção dele ele é tão pequeno”, ou nesta situação em que “o garoto bate a cabeça na mesa e a vovó diz que a mesa é boba (...) vamos bater nela”, quando chega o fim de semana a mãe quer ficar e aproveitar seu filho mergulhado na culpa de ter que trabalhar fora, de ter faltado a reunião escolar, de não ter sido uma mãe suficientemente boa.

Na matemática da reparação a palavra não é evitada, para não gerar traumas, medos, e angustia do vazio; o “sim” se torna uma constância, uma necessidade impar, para agradar a quem deseja demonstrar o amor. Nesse ambiente permissivo a metamorfose se processa, a cri-onça ensaia os primeiros passos. O garotinho esta fazendo simplesmente o que lhe dá prazer; o filho passou a ser criado como uma joia preciosa, um príncipe, como o “Baby” do papai e da mamãe. Vejo muitos pais chamando seus filhos de “princesinhas” ou de “príncipes”; só que não tardará muito para esse nobre se transformar num déspota, num tirano.


Observe quando você vai a um shopping Center e tem um elevador, em algum lugar tem uma placa que informa a capacidade do mesmo; limitando a quantidade de pessoas ou o peso máximo: não é verdade? Ou seja, fora imposto um limite esta informação é uma forma de evitar incidentes e acidentes, pois uma vez desrespeitado o limite há a possibilidade de ocorrer um desastre.

Na criação de filhos não há essa placa de alerta, tal como no elevador. Porém, mesmo não havendo esse aviso podemos (e devemos) perceber quando acontecem sinais que informam o quanto equivocado esta ocorrendo a educação dos filhos: irritabilidade, dificuldade de concentração, desprezo pelo outro, frieza emocional, falta de empatia e a arrogância. Nos dias de hoje,  tratam a criança como se ela nunca pudesse sofrer, quem nunca disse que não se deve levar um filho ao velório, ao hospital. Daqui a pouco também não é saudável levá-lo ao asilo porque ele pode se traumatizar, lá não e ambiente para compreender e ver a finitude da vida.
Já atendi crianças que viram seus pais morrerem ao seu lado em acidentes automobilísticos e superarem muito bem seus “traumas”. Em contrapartida, vejo crianças e adultos que tiveram tudo, passam a maior parte do tempo na lan house e nos brinquedos de última geração, possuem o melhor quarto com todos os equipamentos (Ipad,Iphone X-box, televisão de Led), nunca foram expostos as agruras existenciais, foram sempre poupados, tiveram sempre os caminhos pavimentados. Estes possuem grande chance de serem tomados pela inércia e ainda engrossarem a legião pessoas que demandam os serviços de psiquiatria; usuários inveterados de antidepressivos, pois sua vida não possuem sentido já que sempre tudo foi muito facilitado
Quando falamos de limite temos que falar de exercer o dom de dizer “não”, de aprender a esperar, de aprender com crescimento, de ter  gratidão as pequenas (e grandes) acontecimentos da vida, de sentir a falta (do que não tenho e deseja-se muito), em respeitar o tempo e os limites do outro,  seus direitos e principalmente deveres.

A educação deve ser voltada para a formação de sujeitos civilizados; sempre lembrando que é que o que nos separa dos animais é a capacidade de raciocínio e uso da inteligência que  desenvolvemos através da educação, então, fica a certeza de que o binômio amor x limite é o caminho para educar crianças e não criar crionças.

Dr.Marcos Bersam

Psicólogo Clínico
www.marcosbersam.com.br

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avatarGiovanna
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Bom dia,
Li seu artigo, acredito ser pertinente com o que vivemos hoje. Só que existem uma grande diferença, a teoria às vezes não funciona na prática. O mundo muda, a maioria das pessoas acompanham e na maioria das vezes, nos vemos fazendo as mesmas coisas. O que disse são verdades. Mas , como levar esse entendimento para dentro de casa? Diante do que o mundo insiste em oferecer?
avatarDR.MARCOS BERSAM
+1
Imagino que não seja fácil; mas quem sabe talvez diminuindo o tempo de permanência em frente a televisão; resgatando as refeições na mesa; dialogando e se interessando mais pelos sonhos de quem vive contigo; criando opções mais inteligentes do que idas frequentes aos shoping center para sempre consumir e comprar, colocar limite sem culpa; saber que NÃO educa também, ensinar pelo exemplo; e amar sem cerimônia . Talvez esse seja um começo modesto; mas nem por isso menos eficaz.
avatarJane Richarti
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Educar não é nada fácil né Dr. Marcos,mas penso que ensinar valores só é possível para quem os tem. tenho um filho de 1 ano e 10 meses e a minha maior preocupação é prepará-lo para a vida. Não apenas a vida profissional ,mas também a vida pessoal e social. Não abro mão que meu filho seja bem educado,honesto,humilde e gentil com as pessoas. Fui criada com muita rigidez e agradeço aos meus pais por isso,acho que eles acertaram e erraram também,afinal ninguém é perfeito.Mas temos que ensinar sim aos nossos filhos o que é certo e o que é errado,senão eles sofrerão depois e a vida não perdoa. Os pais tem que ter essa responsabilidad e sim,sempre.