domingo, 31 de julho de 2011

PARA REFLETIR


A MACIEIRA ENCANTADA

Era uma vez um reino antigo e pobre, situado perto de uma grande montanha.
Havia uma lenda de que, no alto dessa montanha havia uma Macieira
mágica, que produzia maçãs de ouro.
Para colher as maçãs era preciso chegar até lá, enfrentando todas as situações que aparecessem no caminho. Nunca ninguém havia conseguido essa façanha,
conforme dizia a lenda.
O Rei do lugar resolveu oferecer um grande prêmio àquele que se dispusesse a fazer essa viagem e que conseguisse trazer as maçãs, pois assim o reino estaria a salvo da pobreza e das dificuldades que o povo enfrentava. O prêmio seria da escolha do vencedor e incluía a mão da princesa em casamento.
Apareceram três valorosos e corajosos cavaleiros dispostos a essa aventura tão difícil. Eles deveriam seguir separados e, por coincidência, havia três caminhos:
1º - rápido e fácil, onde não havia nenhum obstáculo e nenhuma dificuldade;
2º - rápido e não tão fácil quanto o primeiro, pois havia algumas situações a
serem enfrentadas;
3º - longo e difícil, cheio de situações trabalhosas.
Foi efetuado um sorteio para ver quem escolheria em primeiro lugar um desses caminhos. O primeiro sorteado escolheu, naturalmente, o Primeiro caminho. O segundo sorteado escolheu o Segundo caminho. O terceiro sorteado, sem nenhuma outra opção, aceitou o Terceiro caminho.
Eles partiram juntos, no mesmo horário, levando consigo apenas uma mochila contendo alimentos, agasalhos e algumas ferramentas. O Primeiro, com muita facilidade chegou rapidamente até a montanha, subiu, feliz por acreditar que seria o vencedor e quando se deparou com a Macieira Encantada sorriu de felicidade. O que ele não esperava, porém, é que ela fosse tão inatingível.
Como chegar até as maçãs?
Elas estavam em galhos muito altos. Não havia como subir. O tronco era muito alto também. Ele não possuía nenhum meio de chegar até lá em cima. Ficou esperando o Segundo chegar para resolverem juntos a questão.
O Segundo enfrentou galhardamente a primeira situação com a qual se deparou, porém logo em seguida apareceu outra, e logo depois mais uma e mais outra, sendo algumas delas um tanto difíceis de superar. Ele acabou ficando cansado, esgotado até ficar doente, e cair prostrado. Quando se deu conta de seu péssimo estado físico, foi obrigado a retroceder e voltou para a aldeia, onde foi internado para cuidados médicos.
O Terceiro teve seu primeiro teste quando acabou sua água e ele chegou a um poço. Quando puxou o balde, arrebentou a corda e ele então, rapidamente, com suas ferramentas e alguns galhos, improvisou uma escada para descer até o poço e retirar a água para saciar sua sede. Resolveu levar a escada consigo e também a corda remendada. Percebeu que estava começando a gostar muito dessa aventura. Depois de descansar, seguiu viagem e precisou atravessar um rio com uma correnteza fortíssima. Construiu, então, uma pequena jangada e com uma vara de bambu como apoio, conseguiu chegar do outro lado do rio, protegendo assim sua mochila, seus agasalhos e todo o material que levava consigo para o momento que precisasse deles, incluindo a jangada. Em um outro ponto do caminho ele teve de cortar o mato denso e passar por cima de grossos troncos. Com esses troncos ele fez rodas para facilitar o transporte do seu material, usando também a corda para puxar.
E assim, sucessivamente, a cada nova situação que surgia, como ele não tinha pressa, calmamente, fazendo uso de tudo o que estava aprendendo nessa viagem e do material que, prudentemente guardara, resolvia facilmente a questão. A viagem foi longa, cheia de situações diferentes, de detalhes, e logo chegou o momento esperado, quando ele se defrontou com a Macieira Encantada.
O Primeiro havia se cansado de esperar e também retornara ao povoado. O encanto da Macieira tomou conta do Terceiro.
Ela era tão linda, grande, alta, brilhante. Os raios do sol incidindo nos frutos dourados irradiavam uma luz imensa que o deixou extasiado. Quanto mais olhava para a luz dourada, mais ele se sentia invadir por ela, e percebeu que todo o seu corpo parecia estar também dourado. Nesse momento ele sentiu como se uma onda de sabedoria tomasse conta de seu ser. Com essa sensação maravilhosa ele se deixou ficar, inebriado, durante longo tempo. Depois do impacto ele se pôs a trabalhar e preparou cuidadosamente, seu material, fazendo uso de todos os seus recursos. Transformou a jangada numa grande cesta, para guardar as maçãs dentro, subiu na árvore, pela escada, usou o bambu para empurrar as maçãs mais altas e mais distantes. Tudo isso e mais algumas providências que sua criatividade lhe sugeriu para facilitar seu trabalho, que havia se transformado em prazer.
Depois de encher a cesta com as maçãs, e com a certeza de que poderia voltar ali quando quisesse, por ser a Macieira pródiga, ele agradeceu a Deus por ter chegado, por ter conseguido concluir seu objetivo. Agradeceu principalmente a si mesmo pela coragem e persistência na utilização de todos os seus recursos, como inteligência e criatividade. Voltou pelo caminho mais fácil, levando consigo os frutos de seu trabalho e de seus esforços, frutos esses colhidos com muita competência e merecimento. Descobriu, entre outras coisas que: tudo que apareceu em seu caminho foi útil e importante para sua vitória; cada uma das situações que ele resolveu, foi de grande aprendizado, não só para aquele momento, mas também para vários outros na sua vida futura; quando você faz do seu trabalho um prazer, suas chances de sucesso são muito maiores; quando seu objetivo vale a pena, não há nada que o faça desistir no meio do caminho; a sua vitória poderia beneficiar a vida de muita gente e também servir de exemplo a outras pessoas, a quem ele poderia ensinar tudo o que aprendeu nessa trajetória.

domingo, 24 de julho de 2011

ENXERGAR DE LONGE


Às vezes as coisas são vistas melhor de longe.

As ferramentas ali no chão quase conseguiam falar de sua exaustão e cansaço de um dia de muita labuta; os ponteiros do relógio já alertava que o expediente daquele dia podia ser encerrado sem maior cerimônia. O silêncio daquele momento só foi cortado pelo barulho da água que teimava em lavar com esmero as ferramentas para o dia seguinte. De forma abrupta interrompido por um comentário inesperado. Olhe lá no alto; aonde? Lá longe aquela casa do lado esquerdo da antena de celular; depois de um pequeno esforço para situar todos conseguimos ver o que ele nos apontava; tratava-se de uma casa sem reboco que exibia suas paredes emolduradas por andaimes. Tratava-se de uma casa em construção a aproximadamente uns 600 metros; nossa posição privilegiada permitiu que o observador atento apontasse de imediato o defeito no alinhamento da parede; ou seja, podíamos ver de longe como a parede recém erguida estava fora de prumo ou esquadro. E ele assegurou certos defeitos são vistos só de longe. E daí pensei: é verdade vejo sempre isso no meu consultório. Tal como a parede desalinhada chamou a nossa atenção; é bem provável que o dono daquela obra não tenha notado tal falha; pois para olhar com nossos olhos o mesmo teria que se colocar no nosso ponto de vista. Então muitas vezes nos relacionamentos familiares ou conjugais não enxergamos as discrepâncias incoerências de nossas condutas. Então quando estamos mergulhados na situação ficamos embotados em nossa percepção; dizem que o pio cego é que não quer ver; não acredito que o verbo mais adequado seja querer; mas sim poder. Querer implica responsabilidade; desejo e vontade já poder é uma condição que independe da razão; ver sem se esforçar talvez seja o ideal e para isso nada melhor que nos afastar do defeito. Quando nos colocamos distante o defeito sinaliza para nós de modo escandaloso. Ou seja, como querer ver algo que não podemos; não temos condições de ver algo que muitas vezes nos machuca; remete-nos a nossa covardia; injustiça ou falência existencial. Então é verdade precisamos nos distanciar; e isso reflete a necessidade ora de permitir o tempo nos proporcionar fazer outra leitura; ou seja, com o passar do tempo temos condições de rever nossos erros com mais eficiência; então o tempo nos oferece óculos com lentes mais possantes para vermos aquilo que não enxergávamos. Só mais tarde entendemos que nossos filhos foram poupados do senso de responsabilidade; que aquela relação já não estava satisfatória; que fomos omissos quando podíamos ser diferentes. O psicólogo é o profissional que se propõe ver de fora; o terapeuta é aquele que vê onde você não consegue; faz pontuações; uma releitura do que lhe parece familiar e, portanto perfeito. Interroga; questiona, aponta; acalenta; ampara ; encoraja; e nessa ciranda de condutas faz o sujeito experimentar se ver diferente . Quando temos problemas teimamos em pedir conselhos dos que estão tão envolvidos quanto nós na situação. E ai a ajuda é tendenciosa; preconceituosa; e interesseira. Então quando vemos de fora; vemos o conjunto; a harmonia; ou falta dela no todo. O desajuste e a falta de equilíbrio chega a doer nos ouvidos que muitas vezes vêem o que os olhos não enxergam. Ser psicólogo é convidar o outro e se aventurar a ver sob um novo prisma; a terapia te convida a sair da obra; pois afinal somos uma eterna obra inacabada; pois só de lá e um pouco mais afastado conseguimos ver melhor; tal como o pedreiro no seu comentário inocente deixou escapar uma grande verdade psicológica também: De longe da pra ver melhor .

Marcos Bersam

Psicólogo clínico

segunda-feira, 18 de julho de 2011

ONDE ESTÁ A SAÍDA DOS SEUS PROBLEMAS?



Se você colocar um falcão em um cercado de um metro quadrado, e inteiramente aberto por cima, o pássaro, apesar de sua habilidade para o vôo, será um prisioneiro. A razão é que um falcão sempre começa seu vôo com uma pequena corrida em terra. Sem espaço para correr, nem mesmo tentará voar e permanecerá um prisioneiro pelo resto da vida, nessa pequena cadeia sem teto.

Um zangão, se cair em um pote aberto, ficará lá até morrer ou ser removido. Ele não vê a saída no alto, por isso, persiste em tentar sair pelos lados próximos ao fundo. Procurará uma maneira de sair onde não existe nenhuma, até que se destrua completamente, de tanto atirar-se contra as paredes do vidro.Há pessoas como o falcão e o zangão: atiram-se obstinadamente contra os obstáculos, sem perceber que a saída está logo acima. Se você está como um zangão ou um falcão, cercado de problemas por todos os lados... olhe para cima! Às vezes só vemos obstáculos, quando a saída está mais próxima do que imaginamos.

segunda-feira, 11 de julho de 2011

VIVEMOS ESPERANDO.

olá amigos do blog, que tal começarmos bem a semana curtindo J. Quest. Que tal não esperarmos tanto e começarmos hoje mesmo buscar nossos sonhos no aqui e agora.

Dr.marcos bersam

Dias Melhores - Clipe - Jota Quest

quinta-feira, 7 de julho de 2011

OBRIGADO !



Olha quero agradecer em especial a minha cliente lá da Alemanha que sempre contribui com conteúdos inteligentes; pois essa ajuda é muito oportuna haja vista que chega sempre quando estou em falta com conteúdos novos e inteligentes. Até porque todos estão fartos das imbecilidades da grande mídia.

obrigado.

Poema em Linha Reta - Fernando Pessoa

quarta-feira, 6 de julho de 2011

Como resolver um problema!


Certo dia, num mosteiro zen-budista, com a morte do guardião, foi preciso encontrar um substituto. O Grande mestre convocou então, todos os discípulos para descobrir quem seria o novo sentinela.

O mestre, com muita tranqüilidade falou:

- Assumirá o posto, o monge que conseguir resolver primeiro o problema que eu vou apresentar.

Então ele colocou uma mesinha magnífica no centro da enorme sala em que estavam reunidos e, em cima dela, pôs um vaso de porcelana muito raro, com uma flor de extraordinária beleza a enfeitá-lo. E disse apenas:

- Aqui está o problema.

Todos ficaram olhando a cena: o vaso belíssimo, de valor inestimável, com a maravilhosa flor ao centro! O que representaria? O que fazer? Qual o enigma?

Nesse instante, um dos discípulos sacou a espada olhou o mestre, os companheiros, dirigiu-se ao centro da sala e...zapt! ...destruiu tudo, com um só golpe.

Tão logo o discípulo retornou a seu lugar, o mestre disse:

- Você é o novo guardião. Não importa que o problema seja algo lindíssimo. Se for um problema precisa ser eliminado.


dr.marcos bersam

domingo, 3 de julho de 2011

NEM SEMPRE COMPETÊNCIA É SAUDÁVEL.

  • Quando a neurose é enaltecida. Porque não consigo terminar minha relação?
  • É bem verdade que a minha meia dúzia de leitores deve estar asseverando que estou sem assunto e não tenho mais do que falar no site; olha é bem verdade que às vezes tem sido muito difícil me inspirar; talvez seja a confusão de estações do ano; pois já chegou o inverno e o frio está menos intenso. Sei lá se isso afeta alguma área do cérebro. Coincidência ou não o inverno com a temperatura baixa faz minha agenda no consultório ficar mais solicitada. Dizem que de médico e louco todos tem um pouco; vamos admitir que muitas vezes queremos sugerir, aconselhar e apontar defeitos e dificuldades na personalidade do outro; e outras vezes admirar e se inspirar em comportamentos tidos como exemplares. Olha se eu lhe dissesse que o sujeito é responsável; confiável; meticuloso e competente e que outro é carente, frágil, incapaz e incompetente. E lhes perguntar o que se assemelha nessas duas personalidades; por incrível que pareça podemos estar falando em ambos os casos de sujeitos neuróticos. Você amigo leitor deve estar pensando como assim Psicólogo; é verdade a doença mental no caso a neurose aparenta ser diferentes; mas todas aparentam em sua dinâmica sofrimento e elevada ansiedade diante de situações cotidianas. O limiar da doença não está no fato de se sentir competente ou incompetente; ou seja o senso de competência extremada não absolve o sujeito da doença; pois o competente extremado; o perfeccionista de plantão quer dizer algo; ou as vezes pedir socorro. Nesse caso isolado temos de um lado uma personalidade obsessivo compulsivo; nessa modalidade de neurose temos indivíduos que são perfeccionistas; severos consigo mesmo e exigentes com os demais; para eles os outros são incompetentes e irresponsáveis. Esses indivíduos gostam falar “eu sei o que é melhor”; “os detalhes são cruciais” “as pessoas deveriam se esforçar mais” agora imagina um sujeito desses num relacionamento ou como pai. Não precisa comentar e imaginar que o outro que se envolve com ele se sente tolhido e controlado; até porque para essas pessoas a criatividade passa longe de sua conduta; um trabalho que requeira inovação; ousadia; empreendedorismo é evitado. Essas pessoas são hábeis em criticar; avaliar; e punir. Na verdade nossa educação enaltece pessoas assim; pois ninguém vai discordar que o capitalismo precisa dos neuróticos obsessivos compulsivos bem como algumas instituições bem autoritárias também; haja vista alguns fanáticos religiosos ou grupos de determinada ideologia. A dúvida; o questionamento e a liberdade de expressão causam determinada angústia. Já a outra personalidade é conhecida como transtorno de personalidade dependente. Espera sempre que o outro seja nutridor; competente; ou seja, o outro passa a ser idealizado. O outro não é real; é comum ouvir de pessoas que apresentam tal transtorno: “eu preciso de você para viver” “ sem você não sou ninguém” “ se você me largar eu morro”; ou seja o outro não é coadjuvante no alcance da felicidade; sem ele sou incapaz. Na verdade temos nessa personalidade uma dinâmica que mantém relacionamentos dependentes. Estou querendo dizer que temos certo grau de dependencia sim ; mas não podemos acreditar que precisamos do outro para ser feliz; então imagina um encontro casual numa festa de um obsessivo com um transtorno personalidade dependende. Pode ter certeza que em breve os mesmos juntaram as escovas de dentes; ou seja um busca no outro o que falta em si. Um desavisado pode achar que está diante do casal de comercial de margarina; já viram nesses comerciais como o casal é perfeito; jovens, ricos e bem sucedidos; viril; sensual e tem filhos que parecem acordar com os dentes escovados e os cabelos penteados. E sem falar naquela mesa farta de café da manhã; muito perfeito pra ser real. Depois que passa a fase da conquista é aquela velha estória;: Doutor sei que não amo mais meu marido; mas não consigo sair da relação. As amarras que os une transcende a compreensão racional; os laços ou grilhões foram forjados na profundezas das crenças e esquemas inconscientes. De modo geral a parte menos doente quer sair da relação; mas a mais comprometida faz ameaças e chantagens; ou seja quer impedir o outro de evoluir; as vezes reforçada pelos aparelhos institucionais da sociedade; família e igreja. Então lembrando a célebre frase: “ninguém de perto é normal” é bem verdade; nossas neuroses as vezes se explicitam nas melhores intenções e nas virtudes mais aplaudidas da sociedade capitalista; enquanto miramos no que parecem mais vulneráveis e doentes vamos nos enganando e acreditando que somos o lado bom. Então é chegado a hora de entender que qualquer doença vive e sobrevive de um pacto; então se você está com alguém doente é porque você também tem em você um lado enfermo bem acentuado; pois quando a saúde quer manifestar não há prisão ; masmorra ou relacionamento que impeça do seu renascimento acontecer.

Dr.marcos bersam

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