terça-feira, 29 de dezembro de 2015

DIFICULDADE EM COLOCAR "FIM" NA RELAÇÃO.

Fim de Relacionamento.
Vamos continuar sendo amigos?
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Na natureza tem espaço para a diversidade e para uma cota generosa de excentricidade, haja vista, o ornitorrinco; ou seja, mamífero que bota ovo, tem bico de pato, consegue nadar sem ser peixe. Afinal, esse animal consegue ser um pouco réptil, ave e mamífero. Afinal, como  conciliar tantas características diferentes numa mesma existência?

Alguns relacionamentos afetivos tem semelhança com o ornitorrinco, isto é, depois de um longo período de relacionamento ficou acertado que o “fim” da relação era a solução mais inteligente. Entretanto, umas das pessoas levanta a bandeira de que podem ser “amigos”, em tese, parece psicologicamente correto, aliás, na novela das 08, você, já viu situações assim. Ao enveredar por essa postura, por vezes,  você, adquire características do ornitorrinco.

Em determinado momento, eis que se perde no afã de suportar tudo, em nome de um futuro distante, assim, com hálito de reconciliação. A lógica de que suportando, atualmente,  receber pouco pela oportunidade da amizade,  agrava a resolução da perda. A amizade torna-se apenas uma barganha desesperadora, para não sentir-se órfão da sensação de abandono. O que mantém o vinculo da amizade, quase sempre, é o medo de não ter o mínimo de afeto. 

A capacidade de ser amigo, claro, implica na capacidade de ser confidente. Porém, a capacidade de ouvir o outro na sua integralidade, torna-se tarefa não muito simples, pois requer não haver feridas da relação. Enfim, o tempo de cicatrização das feridas, tampouco não acontece no compasso da vontade e da razão de serem apenas “bons amigos”.

A amizade protela, às vezes, a dor da separação. O luto da perda é necessário para cicatrizar as feridas, o tempo é um dos bálsamos mais eficazes nesses casos. A amizade forçada pós-fim de relação, pode  fazer você tentar ser um amante com jeito de amigo de sauna, sonha com restrições, escuta com parcialidade, cala-se e omite-se por medo.

No entanto, aceitar a amizade, nesse momento, patrocina o acasalamento da expectativa com a impossibilidade, logo o resultado é a inquietude.Nessa postura esquizofrênica, você, se vê no espelho como um ser estranho, tal como o ornitorrinco.  Assim sendo, tem aspecto de ave, mas não consegue voar para longe da incerteza da aflição, onde imagina ser possível recuperar a relação de outrora. Por fim, mesmo sendo capaz de nadar, não tem fôlego de peixe grande para nadar nas profundezas do oceano da autorrealização.


Marcos Bersam

Psicólogo

quinta-feira, 24 de dezembro de 2015

QUANDO CONFUNDIMOS AS EMOÇÕES.

DIFERENÇAS
Medo é diferente de pânico, raiva não é sinônimo de ressentimento, euforia não é a mesma coisa de felicidade, coragem não é ausência de medo, tristeza difere de melancolia, depressão não é falta de fé, emoção não é igual a sentimento, saúde não é ausência de sintomas, amor não é sinônimo de apego.
Por último, dor é diferente de sofrimento. A dor não lhe dá o direito de escolha; o sofrimento é uma decisão. O sofrimento é duradouro, quase sempre, tem o consentimento de um conjunto de ideias que legitimam tal estado emocional, ou seja, não existe sofrimento sem uma justificativa.


Marcos Bersam
Psicólogo

quarta-feira, 16 de dezembro de 2015

A ARTE DE ADMIRAR

ADMIRAR PARA CRESCER
Experimente conversar com uma pessoa feliz, não precisa ser psicólogo para perceber que o empreendimento de felicidade surge, quando você permite admirar, sem reservas, às pessoas virtuosas em qualquer área. A decisão de admirar as virtudes é o caminho reto para mirar-se num ponto de chegada além da zona de conforto atual.

A inveja é a admiração sufocada, a admiração é a estratégia acertada para promover o crescimento pessoal. Tal como uma equação matemática, o frustrado de hoje é, decididamente, o avarento de comentários de admiração acerca do semelhante. A frustração convive ,amigavelmente, com o silêncio  dos invejosos.

Quando você admira é um ato de coragem; pois eleger o outro como modelo, faz você ingressar na escola de “aprendizes da vida”, portanto aceitar o papel de aluno convida você e os outros a serem tolerantes com eventuais erros e, consequentemente, conviver com a "fome de saber". O invejoso é o aluno em dificuldade que, precisa fingir ser professor de uma matéria que não domina.

A admiração é um exercício de desmontagem das engrenagens do orgulho, afugenta a inveja e não permite germinar o sarcasmo e a ironia. Caso necessite, por hábito, sempre diminuir os feitos alheios; por exemplo, dizendo o seguinte:- fulano tem sorte! – Assim quem não consegue! Ele nasceu rico!

Não é de estranhar que, concomitantemente, com a inveja exista o orgulho. A raiva é patrocinadora de uma frustração pessoal. A admiração é a capacidade de aprender sem reservas; mostrar-se frágil e tolerar seus tropeços.

Então, experimente , o quanto antes, revelar sua admiração por alguém, um projeto, uma ideia; ora, quando você ingressa nas fileiras da admiração , em tese, você impede que a inveja floresça no campo mental do que te falta. O invejoso justifica o que lhe falta; já a pessoa que admira convive com a falta de algo como alimento para alcançar seu desejo.

Por isso, admirar é uma estratégia acertada, quando o assunto é evolução e desejo de avançar. Enfim, quando você expõe sua vontade de seguir um exemplo, você tira das masmorras mentais a inveja e transforma a mesma na admiração que só os fortes tem condição de assumir.

Marcos Bersam
Psicólogo

quinta-feira, 10 de dezembro de 2015

POR QUE NÃO CONSIGO?

NÃO MEREÇO!


Somos melhores em pedir do que receber, sobretudo,  ao pedir temos que ter coragem, talvez, até mesmo dignidade; mas para receber temos que ter autoestima e ausência de culpa. Assim, passamos a vida pedindo alguma coisa; todavia, uma pergunta é inevitável: - Se temos tantas pessoas pedindo algo, por que cresce o número de pessoas que dizem não receberem o que pedem? Assim sendo, pedimos não somente “coisas boas”, no repertório de pedidos, também incluímos coisas ruins. Eis alguns exemplos: Quero sumir! Não aguento mais! Que vontade de matar fulano! Quero morrer! Quero ver o dia que eu ficar doente! Não aguento mais ser mãe desses meninos!

Portanto, muito pedem; embora poucos acreditam ser merecedores do recebimento. A dificuldade de receber é emoldurada por expressões e pensamentos que apontam o sentimento de culpa impregnado na alma. De repente, você,  depara-se com as seguintes expressões: - Isso não é pra mim! Não mereço! Quem me dera! Sou pobre! Não consigo! Esqueça de mim! Não quero festa no meu aniversário! Não precisa incomodar-se! Estou te dando esse presente; mas não quero nada em troca! Não precisava! Por que foi comprar isso pra mim! Por que foi gastar comigo?!

De fato, passamos muito tempo de nossa vida sendo adestrados e condicionados em padrões mentais de que não somos merecedores e dignos de receber o que tanto sonhamos, quase sempre por chantagens e ameaças de todo tipo. Quando, na infância,  somos informados que existe um Deus –papai do céu; que poderá nos punir, caso não sejamos “bonzinhos”, depois temos os pais que nos ameaçam de deixar de nos amar, quando você ensaia contrariá-los. Qual criança nunca ouviu a expressão: - Que menino feio!

A expectativa da punição, o receio  do abandono se não for obediente gera uma pessoa temerosa diante dos prêmios da vida. Então, aprender a receber é uma estratégia saudável, combate o orgulho e promove um solo mental fértil para você alcançar seus ideais e sonhos.  Só recebe que está apto, entretanto torna-se necessário pavimentar suas crenças sabotadoras, concomitantemente, com a ideia de que não somos dignos de receber o que de melhor a vida pode nos ofertar.  A ideia do castigo, punição e da culpa, por vezes, conspira contra nossa capacidade de receber. Finalmente, você recebe o que tanto precisa quando está preparado emocionalmente pra receber, em parte, é preciso pavimentar crenças equivocadas de não merecimento, culpa. Ao sanar suas emoções você receberá muito mais do que pensa merecer.

Marcos Bersam

Psicólogo

quarta-feira, 9 de dezembro de 2015

PARE DE RECLAMAR

COMPULSÃO POR  QUEIXA.


Quando um paraquedista executa um salto e um  suicida se lança de um prédio; ambos estão submetidos a uma consequência, ou seja, nesse ínterim, independente do motivo do salto, a lei da gravidade é a mesma para os dois indivíduos. Sendo assim, a lei da gravidade não negocia suas imposições, desta feita a gravidade não quer julgar, ponderar, analisar, tolerar ou dar razão a alguém. A lei da gravidade não atenua as consequências em prol da “boa intenção” de lançar-se em queda livre, então, impõe o caráter inegociável dos seus efeitos.

Os nossos pensamentos e palavras também obedecem a uma lei semelhante, afinal a natureza psíquica tem leis inegociáveis também; uma delas é a lei de que os afins se atraem. Somos seres energéticos aprisionados numa roupagem física. As leis do universo ditam as consequências do que fazemos.

Algumas pessoas tem o hábito de lamentar e queixar-se constantemente, desse modo à lamúria vira um comportamento recorrente em roda de amigos. Ah! Você vai dizer o seguinte: Esse psicólogo quer muito de mim, afinal  como não reclamar da crise? Não vê o noticiário? Nesse rosário de lamentação você enumera os seguintes motivos de seu azedume: terrorismo na Europa, rompimento da represa Samarco que  causou desastre ambiental, recrutamento de jovens pelo estado Islâmico, crise política e econômica no país, desemprego e violência galopante.

A verdade é que todos os argumentos não impedem que a lei de atração não deixe de acontecer, sobretudo quando você enumera e justifica sua queixa você não muda as engrenagens da lei de reciprocidade. Do mesmo modo que o paraquedista não consegue interromper a queda livre, decorrente da  falha do equipamento; pois, se fosse assim, ele poderia dizer: - Não quero morrer, apenas saborear a adrenalina e proporcionar um espetáculo.

A lei da afinidade promove a aglutinação de pessoas na mesma faixa vibratória, não importa o caráter justo de seu falatório. As pessoas que lamentam e queixam-se acreditam que estão “certas”, ao lamentar ,você,  não enxerga saídas, patrocina o vitimismo, desobriga-se da sua quota de responsabilidade, transfere obrigações e deveres, torna sua aura enegrecida com energias danosas. Enfim, não importa o motivo de sua queixa; ela sempre te fará mal, pois, quando queixamos, nos assemelhamos a um ímã, atraindo tudo que nos é mentalmente familiar. De resto,  focamos e expandimos o problema para além de nossa psicosfera mental.

MARCOS BERSAM

Psicólogo

terça-feira, 8 de dezembro de 2015

FIM DE RELACIONAMENTO QUE NÃO ACONTECE.

PSICOLOGIA DO “FIM” RELACIONAL.



Somos convidados a acreditar que “o fim” de algo é o sinônimo da derrota ou do fracasso, assim sendo, muitas pessoas interpretam; por exemplo, a morte como o “fim”, ou seja, a falência do corpo que um dia foi saudável. A morte quando encarada como “o fim”, em parte, gera sofreguidão e desassossego nos escaninhos da alma.  No relacionamento afetivo, por vezes, as pessoas associam o fracasso de uma relação ao fim, porém, muitos relacionamentos fracassaram sem chegar ao fim. Da mesma forma que temos pessoas mortas em vida, verdadeiros zumbis existenciais, ora, também temos relacionamentos de longa data que vão sendo conduzidos pelo senso de conveniência social. Então, o fracasso costuma conviver, tranquilamente, distante do fim de uma relação; o empenho e esforço de continuar a relação a dois é mais pela covardia,  do que por amor. O orgulho patrocina e encontra justificativas para não reconhecer o fim; admitir a falência relacional não é oficializar apenas um divórcio ou separação. O fracasso relacional, claro, pode vir agasalhado no continuísmo de uma relação que impõe frustração, em doses diárias, por décadas.  

Marcos Bersam
Psicólogo

terça-feira, 1 de dezembro de 2015

RELACIONAMENTOS EM CRISE - Quando o amor sai caro?




SEGURO DE VIDA AFETIVA.

A compra do carro tão sonhado aconteceu, então, o senso de lucidez aponta a necessidade para você contratar um seguro automotivo. Ao preencher o formulário da seguradora, torna-se necessário informar os dados para à empresa analisar seu perfil.  A seguradora não sabe o que vai acontecer com seu carro, entretanto, tem uma estimativa da probabilidade de risco. 

A viabilidade econômica da seguradora acontece em cima de uma matemática que diz; por exemplo, um jovem tem maior probabilidade de envolver-se num acidente do que uma senhora aposentada.

Assim sendo, podemos estimar que,  algumas relações afetivas têm maior probabilidade de pagarem um preço alto; na apólice imposta pelo outro tem cláusulas que impedem o sujeito de pagar as taxas e mensalidades emocionais, ora,  inflacionando a falsa sensação de segurança relacional.

A infância conduzida num ambiente de afeto e proteção, claro, sem excessos e superproteção constrói uma película afetiva natural contra as adversidades da vida. A sensação de ser digno de receber o amor de alguém, como também não ter culpa de ser feliz é o indicativo de que a apólice futura terá um preço razoável (custo da relação afetiva). 

Quando isso não acontece, em tese, a chance de você envolver-se em relações doentias é grande; eis que o preço do seguro fica mais caro do que você pensa valer, por conseguinte, suas posses afetivas não dão conta de honrar o custo de sentir-se protegido.


A apólice de seguro emocional, de fato, considera seu perfil emocional do passado. A cautela e lucidez relacional é conduta acertada, quando o assunto é saúde psicológica. Quando o seguro precisa ser acionado nas imediações da sanidade emocional, dificilmente, acontece a perda total, pois, lá na apólice, desta pessoa,  tem uma cláusula que,  nega negociar sua  autoestima e identidade.

Marco Bersam
Psicólogo

quinta-feira, 19 de novembro de 2015

A ARTE DE CONFIAR

A  ARTE DE CONFIAR
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O verbo confiar é conjugado num tempo diferente, quando estamos diante de uma condição de fragilidade e impotência, portanto, ao viajar de avião- com certeza; você terá que confiar no piloto, sem ao menos conhecer suas credenciais, saber se ele brigou com a esposa, ou, se ingeriu alguma droga na noite anterior. A impotência diante do contexto- voar; faz você presumir que deva confiar.

Desde então, o mesmo acontece quando, porventura, estiver afogando em alto mar; ora, nesse cenário e contexto o rigor para averiguar os critérios se determinada pessoa é confiável tornam-se menos urgentes e se apequenam-se; por exemplo, basta usar um colete de salva-vidas para estar apto a te ajudar. O perigo real ou imaginário entorpecem a razão; em tese; o medo é um importante acelerador da necessidade de confiança, torna-se uma forma rudimentar de sobreviver. Em ambas as situações a impotência faz a confiança não precisar ser conquistada, a fragilidade nos faz, de fato, não passar em revista os requisitos mínimos para confiar. A confiança quando sincroniza fragilidade e impotência, no mesmo instante, tem urgência de acontecer. 

A pessoa quando está deprimida e com a autoestima em frangalhos, também está à deriva; logo, torna-se candidata a requerer a pressa de confiar. Por isso, a pessoa se surpreende, às vezes, de chegar no psicólogo e contar tudo de sua vida; a urgência de falar com a sinceridade dos argumentos causa espanto até mesmo na própria pessoa. Aí, o terapeuta costuma ouvir o seguinte: - Nunca imaginei que conseguisse falar isso! 

A dificuldade de ter relacionamentos saudáveis, por vezes, é provocada pelo estado de impotência e fragilidade crônicos. Então, faz a pessoa precisar e querer confiar no primeiro que apareça, pois, ela entende que está sob ameaça e em perigo. Certamente, alguns indivíduos mal conhecem o outro e estão confiando de olhos fechados. Da mesma forma como se estivesse passando por um turbulência dentro de um avião ou afogando-se . 

A ideia é a seguinte: Ah!! Não sei o que fazer nessa situação! Cuide de mim! Decida o que é melhor nessa situação! Faça o que achar melhor! Não tenho escolha; preciso confiar em alguém! Algumas pessoas são confiáveis para determinados assuntos, por exemplo, segredos que você possa dividir com uma amiga; entretanto quando o assunto é dinheiro a mesma pessoa não é a melhor opção. Você tem um amigo que confia bastante, porém, tem restrições quando o assunto é deixar sua namorada perto dele. 

A capacidade de confiar passa, necessariamente, pelo contexto de fragilidade e impotência; assim, sempre é bom estar atendo a esse estado interno. Quando a pessoa não tem o autoconhecimento, torna-se compulsiva por confiar no outro, por conseguinte, a decepção e a desilusão podem ser constantes e motivadas por feridas na alma. Por último, existem pessoas que costumam apertar ; propositalmente o” botão do pânico”, ou seja,patrocinar a fragilidade e insegurança para terem mais chances de ganharem a intimidade do outro, claro, através de uma confiança apressada e urgente.


Marcos Bersam
Psicólogo

sábado, 14 de novembro de 2015

QUANDO A INTIMIDADE É VIOLENTADA.

QUEM VOCÊ COLOCA DENTRO DE CASA?

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Disfarçado de conselho, eficaz como uma vacina, preciso como teorema matemático; assim, ecoava em meus ouvidos o seguinte mantra: “Cuidado! Com quem você coloca dentro de casa". O senso de cautela pigmentado com porções de medo, claro, dava um tom de alerta. Antes do advento da internet, a casa de alguém ficava confinada atrás de portas, janelas e paredes. Assim sendo, lá repousava o que você tinha de mais precioso, ou melhor, sagrado.
A intimidade não era um produto, um modismo, nem ao menos, um objeto de fetiche. Era a última fronteira dos que você definitivamente, amava. Atualmente, a casa-intimidade , da pessoa não requer fechaduras, trancas ou portões; ora, está a um clique do mouse.


A casa de tempos idos, exigia flores e jardins na sua fachada; hoje em dia, fotos e selfie - imagens teimam em concorrer com autenticidade dos perfumes . Afinal, ao cultuar a imagem perfeita, patrocina a ilusão daquilo que convém para o momento. Portanto, estas-imagens; costumam exalar um odor sintético, similar a fragrância da euforia, tampouco esconda a tristeza do sorriso premeditado. A arte de enfeitar o ego conspirou contra as fragrâncias legitimas. A internet deslocou a casa para o cyberespaço. Desta feita, sua casa, de hoje, desloca-se junto com sua pretensão, medos e desejos, portanto, ela pode estar, ali, na bolsa, emoldurada por um monitor de celular ou na tela do tablet.

Num misto de compulsão a destrancar portas e janelas, para sentir-se “cidadão digital”, você corre o risco de promover uma algazarra na calçada de suas emoções. A casa emocional, de alguns, deslocou-se para frente dos muros e da cerca de proteção, a casa- intimidade;passou para o espaço público. Em parte, as fechaduras ficaram obsoletas,as portas estão emperradas, os muros ficaram diminutos e a cautela ficou ultrapassada, concomitantemente, com os gritos de uma intimidade violentada. 

Nesse ínterim, basta uma “bolinha verde”- disponível; para requerer o passaporte para invadir, não somente, as fronteiras de sua casa, mas também a alcova alojada no interior de sua morada-sentimentos. A falta de fronteiras determinadas , dos tempos atuais, gera uma orfandade de segurança, onde o senso de zelo, cuidado e pertencimento ficam negligenciados. Enfim, na esteira do clichê empoeirado de ser psicologicamente correto; com o verniz da modernidade digital ,você, negocia mal os critérios dos que se avizinham de sua intimidade. A saudade da singeleza dos conselhos de tempos recuados, de fato, coincide com a pressa de ser intimo a qualquer preço, quando a cautela era a última fechadura a testemunhar que , a entrada naquela casa, era fruto de méritos do candidato a visitar seu santuário.


MARCOS BERSAM
PSICÓLOGO

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face: psicólogo marcos bersam
email: marcosbersam@gmail.com

quinta-feira, 12 de novembro de 2015

MEDO DA VIDA

De qual intolerância você sofre?


A ida ao médico , dessa vez, vinha acompanhada de um rosário de queixas; então; você sabia enumerar os sintomas que tanto te incomodavam. Portanto, figurava na lista de incômodos, os seguintes sintomas:diarreia; dores abdominais; inchaço;por último, náuseas e vômitos. Depois da consulta , claro, munido de alguns exames de rotina; você; ouve de seu médico o seguinte diagnóstico: intolerância a lactose. 

O prognóstico presume ter parcimônia ao usar os produtos lácteos e todos seus derivados. Todavia, nem sempre é só o organismo físico que apresenta certas restrições alimentares; ora, algumas personalidades também apresentam certas intolerâncias afetivas. Assim sendo, engrossando a estatistica dos consultórios dos psicólogos, existe uma intolerância que está sempre presente: intolerância à incerteza. 

Diferentemente, dos sintomas físicos da intolerância à lactose; não é apenas o corpo que padece. Diante de tal quadro o dispositivo de pânico é facilmente acionado. Sobretudo, quando diante de um cenário de dúvidas e descontrole. O principal sintoma mental seria a pre-ocupação, pois, envolver-se ,diuturnamente, com as possibilidades catastróficas futuras; faz parte de um esquema mental para lidar com a certeza de um apocalipse apoteótico.

A preocupação é natural, porém, se a dúvida; medo; expectativa; pensamento no futuro; certeza do pior cenário são constantes, persistentes e intensos ; seria o caso de procurar ajuda. A tentativa de proteger-se, coincide com o.abandono de ousar e arriscar diante da vida.. A sua dificuldade de lidar com a incerteza,claro, faz você perder oportunidades .

 A intolerância a incerteza não requer apenas uma dieta restritiva emocional,envolve rever padrões e crenças diante da compulsão pelo controle. A diminuição e o corte extremo da lactose é necessário para sua sobrevivência. Porém, a intolerância à incerteza, faz você reforçar a crença de que o mundo está mais cruel e perigoso. Finalmente, faz parte do tratamento da intolerância a lactose, a restrição de derivados do leite; na contramão da atitude restritiva do quadro de intolerância à incerteza; você deve expor-se à vida-maior fonte de incertezas; a fim de que perceba o quão necessário torna-se a exposição às oportunidades da vida.


Marcos Bersam
psicólogo

quinta-feira, 5 de novembro de 2015

RELACIONAMENTO COM FILHOS

Aprendendo a ter medo.


Alguns de nossos medos podem ser aprendidos na infância, assim, os pais, figuras centrais nesse processo são os responsáveis imediatos por esse aprendizado. Num experimento com algumas crianças pequenas foi mostrado animais de borracha –aranhas e cobras. E, na ocasião, foi solicitado aos pais que mostrassem reações de espanto e terror diante de algumas simulações e de alegria e contentamento em outra aparição do animal de brinquedo. Num segundo momento, sem a presença dos pais era possível prever e antever a reação dos pequenos diante dos mesmos animais apresentados novamente.
A forma como os pais reagiam diante dos animais era copiada ,integralmente, pelos filhos; com isso pode perceber-se como é possível transmitir as reações de medo; coragem; alegria; pânico sem dizer uma única palavra, bastando apenas o exemplo. Quando os pais mostravam ficar alegres diante do estimulo- animais de brinquedo; fez com que as crianças reagissem do mesmo modo. E o contrário também foi verificado.
É recorrente no consultório, adultos ansiosos terem experimentado na infância modelo de pais apreensivos; temerosos; culpados; preocupados. A forma de encarar os acontecimentos da vida como ameaçadores tem estreita relação com a vivência e percepção da reação dos seus cuidadores diante da vida. Uma das estratégias dos pais amedrontados e ansiosos é recorrer a superproteção; pois esse expediente faz os pais projetarem nas crianças os medos e senso de perigo que estão enraizados em suas mentes.
O medo e a ameaça não reconhecidos em em nós, urge em ser transferido para “fora” do eu. A conduta torna-se uma válvula de escape para aliviar o medo não aceito; daí a postura superprotetora, quase sempre, ter as digitais de seus medos internos. A postura controladora corrobora também para o quadro de zelo desmedido.
A despeito de toda situação, a superproteção do filho, de resto, é a tentativa narcísica de lidar com seu próprio medo inconsciente; onde fica mais fácil projetar no filho. Quem tem medo é ele, não sou eu. Quem precisa de proteção é ele, não eu. A crença de que o mundo é perigoso, claro, incentiva a criança tornar-se um adulto com temperamento pre-ocupado diante das amenidades da vida. O ansioso de hoje, provavelmente, foi o filho que presenciou e conviveu com adultos assustados e temerosos. As crenças mais decisivas na vida são transmitidas junto com o desejo de acertar; nas engrenagens do amor passamos o que não temos consciência. As emoções dispensam palavras.
De forma subliminar; transmite-se a seguinte ordem: “Cuidado! O mundo é perigoso”. "sem mim você não conseguirá"; "você não é capaz"; você sempre precisará de alguém". Contudo, está impresso na origem de medos adultos os ensinamentos inconscientes dos pais. Então, passar em revista, seus medos é a forma inteligente, aliás, a única profilaxia eficaz contra a deseducação emocional dos filhos.
A verdade é que na mesma escola que ensinamos o medo, em tese, podemos ensinar outros sentimentos e emoções; tal como: coragem; força; fé; resignação e perseverança. A grande questão é saber qual conteúdo você prefere ensinar, afinal, a liberdade de escolha passa, necessariamente, pelo autoconhecimento de si mesmo.

Marcos Bersam
psicoterapeuta

quarta-feira, 4 de novembro de 2015

CRISE NO CASAMENTO

Paladar afetivo

Amor sem medo.
Relação agridoce.

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A bem da verdade você não sabe cozinhar, todavia, sabe reconhecer quando um paladar está agridoce, ou seja, quando o sabor não é amargo; nem doce. Então , na fronteira entre o vinagre e o açúcar,em tese,eis ser possível discernir, conscientemente, o que as suas papilas gustativas já sabiam de antemão. O sabor pode conciliar coisas tão diversas no mesmo prato, sem macular seu apetite.

A relação afetiva tem um pouco disso, pois sabemos que o paladar emocional de cada um dos amantes percebe o sabor da relação de uma forma única. Tal como o sommelier experiente é capaz de apontar a safra original do vinho, sem titubear. Assim sendo,numa relação afetiva,o medo apresenta como o ingrediente amargo,sobretudo, quando existe uma crença de que sem adrenalina não tem graça a relação. Algumas pessoas são atraídas por aquela avalanche hormonal para acreditarem estar sendo amadas, não habituaram com o equilíbrio.

O medo é essa emoção primitiva que nos ajudou a chegarmos até aqu,pois sem ele seríamos suicidas em potencial. Porém,essa mesma emoção nos confunde quando o assunto é relacionamento. É tão verdade que, algumas pessoas precisam e são viciadas em emoções fortes para continuarem tendo sentido na vida, assim experimente consultar seu corpo quando voce pular de bungee jumping,ou até uma simples volta de “montanha russa”. Seu corpo será inundado de reações fisiológicas e hormonais –taquicardia; sudorese; frio no estomago. Algumas pessoas optam por outro “divertimento”, então buscam relações que proporcionem o mesmo desafio e risco. O que conta é o carimbo da adrenalina nas condutas ousadas. O medo justifica a continuidade do relacionamento.

Portanto, a mesma descarga energética sofrida pelo corpo diante do medo é idêntica a que acontece quando você e visitado pelo prazer de ter um noite de amor; ora, o prazer e o medo parecem vizinhos do mesmo condomínio emocional. As reações químicas e hormonais são as mesmas, o coração dispara; pupilas dilatadas; o suor frio; o corpo fica mole; os músculos entram em colapso. O medo ocasionado por aventuras arriscadas, que desafiam o perigo promovem reações fisiológicas; por exemplo, ao andar de montanha russa- taquicardia; sudorese; respiração ofegante; frio no estômago guardam uma semelhança incrível com o prazer também. Uma noite de amor intensa e plena, claro, convida seu corpo a reagir de maneira muito semelhante – pupilas dilatadas; taquicardia; mãos geladas; sudorese. Na falta de prazer e amor algumas pessoas contentam-se com o medo. 

Nessa oscilação entre aromas e texturas no campo afetivo, faz o sujeito não mais confiar no seu paladar emocional. Nesse ínterim, você torna-se refém do cardápio emocional, não consegue impor sua vontade e acaba negociando o que seu paladar não mais reconhece. Enfim, quando o medo adentra na relação,você, não tem mais condições de equilibrar o sabor agridoce. 

O medo acaba levando o sabor , medianamente agridoce, ser alçado a um novo patamar. A estranheza ,em você, faz você acreditar que a fronteira entre o amargo e o estragado deva ser tolerada. 

Finalmente, sua vontade e apetite acostumam-se com sabor azedo, enquanto espera que um dia, quem sabe, o gosto adocicado da relação retorne. Enquanto isso , você fica saudosista e amargurado de quando era possível usar o amargo como ingrediente para o banquete relacional de outrora, com o inconfundível sabor agridoce.


marcos bersam
psicólogo
CRP 04-12182

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quinta-feira, 29 de outubro de 2015

DEPENDÊNCIA EMOCIONAL

O PIOR DOS VÍCIOS.

Quando o “amor” vicia.

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Fortuitamente, escolha o vício que mais lhe atormenta e impacta; por exemplo, o vício de comer doces; massas;  açúcares, como também,  jogos, sexo, compras e drogas de todo tipo. Ao passar em revista o panorama do comportamento e rotina do viciado, temos a seguinte certeza: - O fracasso em abandonar e renunciar o hábito destrutivo, aponta o colapso da vontade e asfixia do livre arbítrio.

Todo vício desertifica a vontade e o livre arbítrio, nesse cenário fica muito difícil eleger o mais cruel dos vícios, no entanto,cresce a constatação que a dependência emocional figura com um dos mais difíceis de serem abandonados e tratados.

Ou seja, a pessoa acha-se incapaz de abandonar uma relação, mesmo tendo consciência de que a mesma corrói os tecidos da alma, sem visibilidade para a família e amigos. Sobretudo, essa falta de sinais externos, amordaça o "grito de socorro” pela crença na "boa intenção" do outro em lhe ofertar "amor". O aspecto silencioso e emudecido da dependência emocional, em parte, gera uma atmosfera de consentimento masoquista. Por isso,  o medo de ser abandonado e não ser suficientemente capaz de gerir sua vida; avizinha-se  com certeza, dos piores cenários desoladores impostos pela lógica do vício. Assim, sem escandalizar a sociedade, você, fica agasalhado na pseudo segurança da relação,  torna-se refém e testemunha de uma violência justificada e incentivada.

O amor é a justificativa para adiar uma atitude de rompimento, então,  sob o jugo da autopiedade e do verniz do amor, a pessoa acredita que sofre e precisa patrocinar com a esperança amedrontada da solidão as seguinte crenças : " ele faz isso por me amar", " é apenas uma fase", "não vivo sem ele". 

A dependência emocional é o pior dos vícios; escraviza patrocinado pelo amor, impede o crescimento e, por último,   mata a pessoa ainda em vida, transforma o indivíduo em uma sombra existencial e sequestra a subjetividade característica do indivíduo. A certeza de ser incapaz de cuidar de si mesmo, faz reviver a dinamica de desamparo da infancia, eis que numa amenesia imposta pelo medo a pessoa acredita ser uma criança a beira do perigo. De resto, na tentativa de gerenciar a angústia que pulsa no íntimo,  eleger um relacionamento e a tentativa última de não sofrer a síndrome de abstinência do medo de não ser amado, porquanto faz a pessoa  automedicar-se com  pessoas, que são venenos em frascos de remédio.


Marcos Bersam

psicólogo

terça-feira, 27 de outubro de 2015

MENTES ANSIOSAS.



Evitando o inevitável
Resultado de imagem para gazela fugindoComo controlar a ansiedade?


Diante de um perigo-real ou imaginário, temos dois caminhos a seguir: lutar ou fugir. Quando uma gazela é atacada por um leão, claro, ela não vacila e sai em disparada em busca de um lugar seguro. Ou seja, ela escolhe a fuga de forma instintiva; nem por isso envergonha-se.

O ser humano nem sempre pode fazer como a gazela numa planície; então fugir da ameaça torna-se um exercício de dissimulação. A capacidade de pensar do homem não só promove a construção da civilização, como também aprisiona ele numa masmorra de aflições e ansiedades. A ansiedade nasce da dificuldade de reconhecer as ameaças.

Havia um tempo que a ameaça ficava da “porta da caverna” para fora, atualmente o homem dorme em apartamentos luxuosos, com a ameaça debaixo do mesmo teto ou dentro de sua mente. (medo de fracassar; de ser rejeitado; de não ser amado; medo do desemprego; da criação de filhos; da crise; medo de ter medo). 



O homem sente medo, porém, não fica bem perante seus pares; aí reconhecer sua fragilidade é desconcertante. Entre o dever de enfrentar a ameaça e a consciência de sua covardia, elege uma posição intermediária- a hipocrisia.




A pessoa tende sempre a fugir quando o perigo é visto como grande demais. Raramente, usamos pernas para fugir de nossos medos, optamos por mecanismos mentais forjados no Ego. Assim sendo; desde então, costumamos mudar a realidade para atender a nossa necessidade de satisfazer o “olhar do outro”. Portanto, vivemos presos a uma imagem do que não somos; só quando você enfrenta os medos pode não precisar ser tão “perfeito”, "bonzinho", "ranzinza".



A lista de habilidades do ego é grande: mudar; trapacear; enganar; adiar; fingir; dissimular; ocultar quando estamos diante de ameaças, principalmente imaginárias. A pessoa precisa continuar patrocinando sua imagem externa , às custas , de sua ansiedade e mal-estar; eis o preço a ser pago por não reconhecer e enfrentar seus reais medos.



Marcos Bersam
Psicólogo

segunda-feira, 26 de outubro de 2015

POR QUE SOFRO DE ANSIEDADE?

MUDAR O LEITO DO RIO.
Psicologia das emoções.

A imaterialidade de nossas emoções e sentimentos,às vezes,nos dificulta compreender como algo invisível aos olhos pode ser determinante na nossa vida. A natureza pode nos dar uma ajuda, quando a capacidade de entendimento está adormecida em nós. 

Assim numa época , onde as emoções são tidas como “bobagens e frescuras” de gente que não tem mais o que fazer. Da mesma forma, que um rio precisa seguir seu curso sem obstáculos; aliás, sabemos que qualquer tentativa de interromper o movimento natural do mesmo pode trazer consequências perigosas. Ainda assim, quando alguém teima em criar uma barragem, ou seja,conter ou represar o leito do rio sabemos que podemos ter duas situações: enchente ou seca.


De qualquer forma, o represamento costuma funcionar por pouco tempo; pois a urgência e necessidade do rio de voltar ao movimento natural causa erosões na margem para encontrar um caminho alternativo para seguir viagem. A crença de que você pode domar o movimento das águas é frustrante com o tempo.

O ser humano é a mesma coisa, sabe-se que dentro dele corre um rio majestoso de emoções e sentimentos, na margem dele temos uma paisagem configurada por relações; trabalho; sonhos; sexualidade; Criatividade, afetividade. A vida plena acontece na proporção que , não haja excessos- enchentes(euforia e manias) ou secas( depressão; desânimo e sofreguidão)

A neurose é uma tentativa frustrante de mudar o curso do rio, a repressão e uma barragem -mecanismo de defesa do ego, que agride as margens de alguma forma- sintomas. As margens do rio precisam funcionar dentro de um limiar necessário e seguro, quando a pessoa reprime medos; raivas; tristezas ou alegrias causa alagamentos ou secas. 

A psicoterapia é ter a condição retirar as barragens, respeitando o tempo de estiagem e de cheias. O contorno do leito do rio e desenhado numa geografia emocional singular de cada individuo. O autoconhecimento faz você entender , onde ele permite ser navegado. Obviamente, que, adestrar a espontaneidade do rio é ; sim; incorrer no engano de que ,você, pode conter o movimento da vida. 

As ansiedades; fobias; medos e pânicos é uma forma de apontar que o rio foi mudado em seu curso. O sofrimento psicológico é um pedido de socorro, tal como o rio dá sinais nas suas margens, nascentes e igarapés, eis que a ansiedade tem necessidade da erosão; isto é,"gritar" por socorro. 

As emoções e sentimentos quando fluem ,naturalmente, acabam sendo endereçados para o fim de todo o rio, em tese, desaguam no oceano da plenitude individual (autorrealização) .


Marcos Bersam
psicólogo

sexta-feira, 23 de outubro de 2015

QUANDO ADOEÇO PARA RECEBER ATENÇÃO

DOENÇA “GOSTOSA”.

Todos querem mudar para melhor; certo? Então, qual o porquê de não conseguir mudar? A verdade é que nos conhecemos pouco, de fato, experimente perguntar a uma pessoa o seguinte: - Quem é você?

Não fique atônito, caso ela contentar-se em dizer apenas o nome e profissão, talvez, enumere suas posses materiais. Não temos por hábito visitar as profundezas de nosso ser, assim contentando-se em ficar na parte mais rasa de nosso oceano emocional; negligenciamos o autoconhecimento. Desta feita, acreditamos ser apenas um Ego desbotado, que luta para ser quem o outro espera que sejamos; e não quem ,de fato, somos- O Eu verdadeiro.

Por exemplo, o indivíduo tem uma doença e diz desejar tratar-se e melhorar; ou seja, fazer algo para mudar. Todavia, na prática o que você vê é a comodidade e a inercia, a cada hora é uma justificativa e desculpa para NÃO agir e mudar de verdade. Portanto, contrariando a lógica, torna-se vantajoso permanecer doente; ora acontece uma escolha inconsciente de jogar âncoras no quadro enfermiço.

De fato, ela sendo ou continuando doente tem “ ganhos”; isso mesmo que você ouviu. A doença dá o que ela precisa de alguma forma, o sintoma é o caminho mais curto para resolver um apelo do ser. Algumas pessoas adoecem para receberem atenção; afeto; carinho; desobrigar-se das responsabilidades; não precisar decidir; não falhar por ter que escolher; não ser culpado de errar por ter que optar; não ser julgado; não perder o amor de quem ela precisa.

A doença é uma forma cruel de evitar a vida, entretanto, ao mesmo tempo sedutora de continuar na mesmice. No rol de enfermidades e doenças, temos as doenças físicas; os relacionamentos complicados e os vícios. A doença é uma oportunidade equivocada de obter atenção do “outro”, quando somos pequenos sabemos que, ao ficarmos doentes recebemos os mimos de nossos pais.

Por fim, alguns adultos preferem abraçar a doença e não abandoná-la, pois acreditam que ainda só podem viver como crianças que adoeciam para serem amadas-neurose. De resto, não adianta você querer curar o “outro”; enquanto ele não decidir andar de submarino nas profundezas de seus reais medos; largando a segurança da doença junto com o bote que sempre ficou atracado na superfície do sintoma.

Marcos Bersam
psicólogo

quinta-feira, 22 de outubro de 2015

TRAINDO A SI MESMO.

AUTOTRAIÇÃO

A ideia de que o pior está porvir, às vezes, nos paralisa; assim, a pessoa que tem medo de ser abandonada ou traída motiva suas crenças de que a ameaça virá de fora - “do outro”. No entanto, advém das engrenagens de sua mente a verdadeira ameaça. A negligência com seu momento presente, projeta no futuro o que de pior ela teme, por exemplo, o temor e a ansiedade de ser traída ou abandonada já está impressa e configurada no seu painel mental atual. A maior traição é quando a pessoa esquece de si mesmo; abandonou seus sonhos e projetos; negociou sua individualidade; adormeceu seu entusiasmo. A traição de suas reais vocações e aptidões faz você acreditar que será o “outro” – marido, esposa, namorada, amante, filho- será o algoz responsável por aquilo que você já fez consigo mesmo, isto é, a autotraição.


Psicólogo marcos bersam

quarta-feira, 21 de outubro de 2015

MENTE ANSIOSA.

E se...!?

Arbitrariamente, o jeito ansioso anda de mãos dadas com vocábulos e expressões próprias. Assim, a mente ansiosa fica emoldurada pela dúvida-expectativa-medo. Certamente, palavras e expressões que condicionam algo, claro, vestem os pensamentos de forma única. Então, torna-se recorrente expressões tais como: E se eu não for promovido? E se eu for abandonado? E seu eu ficar doente? E se eu for traído? E se eu trair? E se não conseguir? E se não for perfeito? E se eu falhar? E se eu fracassar? E se eu for tiver tempo? E se não passar no vestibular? E se não tiver dinheiro? E se me faltar coragem? 


 psicólogo marcos bersam