PROGRAMAS DE TV.
Aleatoriamente, deixe sua
intuição incursionar sua vontade, logo conduzir o controle remoto de sua tv
para algum daqueles programas televisivos de auditório ou entrevista. Na
diversidade dos assuntos da pauta, alicerçado na pseudo ideia de informar e
melhorar a sua qualidade de vida, sempre, tem um especialista apontando algum
perigo atestado e confirmado pela ciência recentemente. Então, na lista figura
glúten, lactose, sol, sal, gorduras, limites, violência, regimes, relacionamento,
filhos, educação, dietas, sedentarismo. Portanto, quando você assiste tem a
nítida sensação de que nada sabe , absolutamente, nada; ou o que é pior, tudo
que sabia está errado. A fronteira tênue e veloz entre o “certo” e o “errado”
faz com que o sujeito fique ansioso, amedrontado e acuado. Então, a velocidade
das descobertas gera a sensação de insegurança, de inércia que faz você sempre
consumir a última ideia como se fosse algo salvacionista. Essa perspectiva
agrada o capitalismo, para comprar e consumir as pessoas precisam adquirir
crenças, ideias, medos, ansiedades. Nesse redemoinho de informações, claro, não
importa o tempo que durem as certezas que vicejam nos programas de Tv, sabe-se
apenas que são efêmeras e fugazes. Enfim, nesses programas, tem subliminarmente
a ideia de que você precisa comprar, adquirir, contratar produtos ou serviços
para obter mais segurança. A engrenagem midiática alimenta a indústria, a
informação gera necessidade e a “boa intenção” dos apresentadores e
entrevistados chancela e legitima a lógica do consumo.
marcos bersam
psicólogo