sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

EDUCAÇÃO DE PAIS.




"É preciso amar as pessoas
Como se não houvesse amanhã
Porque se você parar pra pensar
Na verdade não há.

Você culpa seus pais por tudo, isso é absurdo
São crianças como você
O que você vai ser,
Quando você crescer?"

terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Somos muito bons em ensinar o que precisamos aprender.



Outro dia me perguntaram: “O que acha dos conselhos?” Acho que os conselhos são formas pelas quais dialogamos com nós mesmos. Se deseja conhecer uma pessoa melhor, escute os seus conselhos.
Quase sempre quando o conselho é dado é porque aquele conselho não é dado só a você, contudo, a quem fala.
Ao dar um conselho se pergunte se você está querendo ensinar o que precisa aprender: “faça você primeiro proveito do mesmo”.



Marcos Bersam

Psicólogo Clínico

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

FRASE DO DIA: AMOR E PODER




"Onde o amor impera, não há desejo de poder; e onde o poder predomina, há falta de amor. Um é a sombra do outro."

Carl Gustav Jung

quinta-feira, 15 de novembro de 2012

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

CASAMENTO EM CRISE




TENHO QUE SAIR DESSA RELAÇÃO


É bem verdade que sempre critiquei veementemente aquela literatura rasa de revistas femininas que sempre tem um viés de aconselhar e o que se deve fazer para ter um relacionamento ideal, entretanto, confesso, que corro o risco de ao abordar o tema não seja de maneira tão profunda. E mesmo temendo resvalar nesse abismo literário vou me aventurar por esse caminho sempre procurando nunca tangenciar conceitos, receitas ou verdades oportunistas.
Muitas vezes somos bons em aconselhar o que precisamos aprender, ou até  necessitamos  aconselhar, como uma identificação, tentando apaziguar e compadecer com  a dor ou  o medo do abandono  surge nas angustias do outro, porém, é sempre bom estamos atento que nem   sempre  deve-se aceitar facilmente conselhos.
Então, deixemos de lado essas preocupações tolas, pois a verdade é que esse tema com certeza atrai a atenção de inúmeras pessoas, diante do grande número de e-mails que recebo. Estou falando da percepção amiúde, de modo geral, da mulher de que aquele relacionamento já deu o que tinha que dar.
E não só isso, mas também a dependência mórbida que causa infortúnio e inquietude. Você pode estar funcionando como um vale para o outro, ou seja, sua vida pode ser um desfiladeiro que ecoa mais da vida do outro do que da sua: “O conselho é dado muitas vezes a si mesmo”.
Na prática a coisa é bem diferente do que acontece nas páginas de revistas. É muito comum hoje mulheres estarem mergulhadas em relações doentias que as consomem, quer seja do presente ou até do passado.
Vamos devagar, para que eu possa explicar melhor, o que mais acontece nessas relações é assimetria de interesses ou de investimento. Ou seja, de um lado temos as mulheres que fazem de tudo; que se priva de uma infinidade de coisas e que acreditam nas mais descabidas promessas. É muito comum às mulheres gastarem quantidades exorbitantes de dinheiro para manter essa situação seja fazendo cirurgias plásticas, seja assumindo os gastos do parceiro, seja honrando os compromissos de toda a casa.
Em contrapartida, temos aquelas que se desgastam ao tentarmos  resgatar,  algo que não pertence mais o presente. São aquelas relações mal resolvidas, as tais: “Gestalts inacabadas”, “ciclo não concluídos ou fechado”. Uma busca frenética de manter sentimentos, emoções vividos em um tempo que possuía igual relevância, e que hoje não faz parte: Se passado fosse bom não seria passado estaria no presente.
Essas mulheres sempre se colocam na relação de modo inteiramente oprimido, e mesmo fazendo isso tudo tem a sensação de que a qualquer momento serão abandonadas (e serão, até porque sua baixa autoestima, afeta diretamente na sua forma de se relacionar com o outro e consigo mesma). A iminência de perderem o seu parceiro para qualquer coisa sem importância é grande, seja a amante do passado, seja um caso novo: a jogatina ou as drogas. Não importa se essa mulher convive com o medo e o pânico de não conseguir viver sozinha. E como se a dependência do outro formasse uma penumbra sobre seu ser.
Dessa maneira todos apontam para a mulher que aquela relação não tem futuro, de modo geral essa relação socita nessa mulher até o afastamento dos familiares, filhos ou irmãos ou amigos. Nessa relação não há espaço para compartilhar afeto ou interesse.
 O parceiro dessa mulher é exclusivista, não concebe dividir a pessoa amada. Essa lógica acaba fazendo a mulher acreditar que a relação é mais do que realmente é. Ou seja, a dimensão da relação ganha contornos que não existem. Tudo passa a ser superdimensionado, e quando o sexo torna-se muito intenso o rompimento fica ainda mais difícil de desatar.
A mulher tem que rever sua conduta, seus pensamentos e emoções que estão desalinhados com a realidade. Nessa jornada de enfrentamento da crise na relação é comum o sujeito depois começar a sentir raiva mais de si mesmo do que do outro, essa fase é esperada e aguardada. E posso atrever a dizer que, certa forma, até festejada, em muitos casos, a raiva momentânea faz parte do processo de separação. Vale lembra que, raiva e amor são sentimento muito próximos,  que nos possibilita ver o grau e a intensidade das relações que estabelecemos com o outro
Não é possível se separar e adotar a cara de paisagem (cara de que não é, ou não foi afetada), nossas mais íntimas convicções e esperanças estão presente em cada percepção e compreensão da realidade:“a frustração nos visita sem cerimônia”.
 Esse sentimento aponta que a esperança já não mais anestesia a solidão e o sofrimento da neurose do casal e da própria pessoa que perpetua uma situação (relação) que não mais nutri. Para sair é preciso não só desejo e vontade faz-se necessário que a pessoa experimente novas formas de relacionar-se, não somente com o outro, mas consigo mesma, criando possibilidades para experimentar novas sensações e sentimentos.
De modo geral, o terapeuta aponta rotas diversas, não compactua com os clichês adotados até então. Pontua e revê pensamentos disfuncionais e condutas masoquistas. A grande notícia é de que é possível resgatar sua autoestima não de maneira gratuita, mas com muito empenho: Sair de uma relação doentia é bem mais difícil do que entrar.
Não desanime, e lembre-se de que fica a cargo do menos doente na relação selar o fim de estória que de modo geral começou errada. A primeira coisa a fazer é ser coerente com a vocação inerente de cada ser humano: a busca da felicidade.


Dr. Marcos Bersam
Psicólogo Clínico

quarta-feira, 7 de novembro de 2012

terça-feira, 6 de novembro de 2012

EDUCAÇÃO DE FILHOS



EDUCAÇÃO DE FILHOS.
CRI- ONÇAS DO MUNDO MODERNO.

Aposto que você já ouviu inúmeras vezes que as crianças de hoje estão (e são) diferentes e que muitas estão deseducadas e impossíveis, entretanto, o que podemos dizer é  que as crianças de hoje são as mesmas de ontem, no que diz a constituição dos aspectos da inteligência e percepção da realidade. Necessitam de estruturação familiar e princípios sociais para se relacionarem e desenvolverem plenamente; continuam nascendo com as mesmas constituições físicas: duas pernas, dois braços uma cabeça e dois olhos e continuam nascendo sem falar e andar.

O que mudou foram os pais e\ou, o que podemos dizer, a forma como estes conduzem o processo de formação de seus filhos, então: estes sim não são os mesmos de outra época.

Não pense e responda: “qual a diferença de um felino, um cão e uma criança?” podemos dizer que a diferença básica é que o animal é criado e a criança deveria ser educada, ou seja, o animal não tem limite, é regido pelo instinto. Ele pode sair de casa e voltar no outro dia ou até mesmo uma semana depois sem dar satisfação ao dono. Certo?

Só que hoje vemos adolescentes fazendo o mesmo; o sujeito é norteado pelo desejo de fazer o que lhe vem à cabeça sem dar satisfação aos seus progenitores (pais) que importa é a sua vontade, o prazer imediatista. Foi educado para ser servido e não para servir, ou seja, ficou preso no seu narcisismo; o que era para ser uma fase tornou-se um estado.

Não sei se vocês já perceberam, quando nasce uma criança é uma grande alegria familiar, todos desejam presentear, agradar: todo dia é dia de presente, o tio presenteia a avó da uma lembrancinha e o primo mais velho sempre tá ali com uma sacola. No fim de semana os pais pegam o rebento e o levam para o shopping, e lá toma mais presentes e divertimento.

Não que seja errado proporcionar prazer, mas como este vai valorizar o que tem se nunca ficou sem. Vou exemplificar melhor,  tente ir ao melhor restaurante da cidade depois de ter saído de um rodízio de carnes; com certeza você não apreciará as iguarias ali encontradas. É na falta que nasce o desejo. E podemos dizer que, a conquista é um dos ingredientes que imunizam o adulto de amanhã do vazio existencial.

A mãe sai cedo para trabalhar, o pai está com a agenda lotada, cabendo a os avós educar. Então, quando o garoto faz uma travessura e lá vem a avó e diz: “coitadinho não chame atenção dele ele é tão pequeno”, ou nesta situação em que “o garoto bate a cabeça na mesa e a vovó diz que a mesa é boba (...) vamos bater nela”, quando chega o fim de semana a mãe quer ficar e aproveitar seu filho mergulhado na culpa de ter que trabalhar fora, de ter faltado a reunião escolar, de não ter sido uma mãe suficientemente boa.

Na matemática da reparação a palavra não é evitada, para não gerar traumas, medos, e angustia do vazio; o “sim” se torna uma constância, uma necessidade impar, para agradar a quem deseja demonstrar o amor. Nesse ambiente permissivo a metamorfose se processa, a cri-onça ensaia os primeiros passos. O garotinho esta fazendo simplesmente o que lhe dá prazer; o filho passou a ser criado como uma joia preciosa, um príncipe, como o “Baby” do papai e da mamãe. Vejo muitos pais chamando seus filhos de “princesinhas” ou de “príncipes”; só que não tardará muito para esse nobre se transformar num déspota, num tirano.


Observe quando você vai a um shopping Center e tem um elevador, em algum lugar tem uma placa que informa a capacidade do mesmo; limitando a quantidade de pessoas ou o peso máximo: não é verdade? Ou seja, fora imposto um limite esta informação é uma forma de evitar incidentes e acidentes, pois uma vez desrespeitado o limite há a possibilidade de ocorrer um desastre.

Na criação de filhos não há essa placa de alerta, tal como no elevador. Porém, mesmo não havendo esse aviso podemos (e devemos) perceber quando acontecem sinais que informam o quanto equivocado esta ocorrendo a educação dos filhos: irritabilidade, dificuldade de concentração, desprezo pelo outro, frieza emocional, falta de empatia e a arrogância. Nos dias de hoje,  tratam a criança como se ela nunca pudesse sofrer, quem nunca disse que não se deve levar um filho ao velório, ao hospital. Daqui a pouco também não é saudável levá-lo ao asilo porque ele pode se traumatizar, lá não e ambiente para compreender e ver a finitude da vida.
Já atendi crianças que viram seus pais morrerem ao seu lado em acidentes automobilísticos e superarem muito bem seus “traumas”. Em contrapartida, vejo crianças e adultos que tiveram tudo, passam a maior parte do tempo na lan house e nos brinquedos de última geração, possuem o melhor quarto com todos os equipamentos (Ipad,Iphone X-box, televisão de Led), nunca foram expostos as agruras existenciais, foram sempre poupados, tiveram sempre os caminhos pavimentados. Estes possuem grande chance de serem tomados pela inércia e ainda engrossarem a legião pessoas que demandam os serviços de psiquiatria; usuários inveterados de antidepressivos, pois sua vida não possuem sentido já que sempre tudo foi muito facilitado
Quando falamos de limite temos que falar de exercer o dom de dizer “não”, de aprender a esperar, de aprender com crescimento, de ter  gratidão as pequenas (e grandes) acontecimentos da vida, de sentir a falta (do que não tenho e deseja-se muito), em respeitar o tempo e os limites do outro,  seus direitos e principalmente deveres.

A educação deve ser voltada para a formação de sujeitos civilizados; sempre lembrando que é que o que nos separa dos animais é a capacidade de raciocínio e uso da inteligência que  desenvolvemos através da educação, então, fica a certeza de que o binômio amor x limite é o caminho para educar crianças e não criar crionças.

Dr.Marcos Bersam

Psicólogo Clínico
www.marcosbersam.com.br

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avatarGiovanna
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Bom dia,
Li seu artigo, acredito ser pertinente com o que vivemos hoje. Só que existem uma grande diferença, a teoria às vezes não funciona na prática. O mundo muda, a maioria das pessoas acompanham e na maioria das vezes, nos vemos fazendo as mesmas coisas. O que disse são verdades. Mas , como levar esse entendimento para dentro de casa? Diante do que o mundo insiste em oferecer?
avatarDR.MARCOS BERSAM
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Imagino que não seja fácil; mas quem sabe talvez diminuindo o tempo de permanência em frente a televisão; resgatando as refeições na mesa; dialogando e se interessando mais pelos sonhos de quem vive contigo; criando opções mais inteligentes do que idas frequentes aos shoping center para sempre consumir e comprar, colocar limite sem culpa; saber que NÃO educa também, ensinar pelo exemplo; e amar sem cerimônia . Talvez esse seja um começo modesto; mas nem por isso menos eficaz.
avatarJane Richarti
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Educar não é nada fácil né Dr. Marcos,mas penso que ensinar valores só é possível para quem os tem. tenho um filho de 1 ano e 10 meses e a minha maior preocupação é prepará-lo para a vida. Não apenas a vida profissional ,mas também a vida pessoal e social. Não abro mão que meu filho seja bem educado,honesto,humilde e gentil com as pessoas. Fui criada com muita rigidez e agradeço aos meus pais por isso,acho que eles acertaram e erraram também,afinal ninguém é perfeito.Mas temos que ensinar sim aos nossos filhos o que é certo e o que é errado,senão eles sofrerão depois e a vida não perdoa. Os pais tem que ter essa responsabilidad e sim,sempre.

quarta-feira, 31 de outubro de 2012

FRASE DO DIA




"LEMBRA-TE QUE FALANDO OU SILENCIANDO-TE, SEMPRE É POSSÍVEL FAZER ALGUM BEM."

CHICO XAVIER

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

PSICOLOGIA DO ELEFANTE




Este artigo abordará um tema instigante para mim e espero que para você também. Vamos falar de crenças psicológicas falsas. Isto mesmo verdades mentirosas.
Quando criança, um dos meus programas prediletos era carrinho de rolimã, empinar pipa, jogar bola de gude, brincar de garrafão, esta última devo confessar a vocês um tanto violenta; e como qualquer garoto de minha geração de ir ao circo.
Os jovens de hoje já devem pelo menos terem lido em livros de historia, ou até mesmo ouvido falar a respeito desta  fascinante arte de entretenimento e magia.
Uma grande lona sempre era armada em lotes espaçosos e trazendo também vários animais. Dentre todos os animais o que mais me fascinava era o elefante. Sempre majestoso imponente, um animal tão forte, capaz de arrastar toneladas e que ficava acorrentado a uma estaca de madeira enfiada a poucos centímetros dentro do solo.
E eu me perguntava: “Por que aquele elefante não fugia já que era possuidor de uma força descomunal?”, capaz até de arrancar uma enorme arvore.
Só muitos anos depois entendi, que quando bebê aquele elefante ficava acorrentado na mesma estaca e na época era o suficiente para aprisioná-lo. Como elefante não tem consciência e não sabe que cresceu e ficou forte e ninguém nunca lhe disse que ele agora não era mais bebê, aquela corrente atada na estaca não mais seria suficiente para segurá-lo, detê-lo.
Elefante é elefante; você nunca verá um elefante se olhando no espelho, tirando foto, não tem ambição, não tem vaidade, não quer se aposentar e nem se casar e muito menos comprar uma casa na praia. Ele quer ser apenas elefante, ele não pensa é irracional.
Existem muitas pessoas que são verdadeiros elefantes e se comportam como tal, são fortes, mas acreditam ainda que sejam criancinhas, bebês aprisionados em medos e correntes do passado.
Se você que esta lendo este artigo acha que a corrente que o prende a sua estaca é forte, tudo bem... Mas lembre-se que esta estaca que no passado aprisionou-o, hoje é frágil e fácil de arrancar.
Independente do problema que vive seja o casamento falido, a crença de que e incapaz o medo da solidão ou de fracassar, lembre-se que são apenas correntes presas a estacas débeis, quem te segura não são os elos grossos da corrente, arrancando a estada os elos não mais te prenderão não importa se são feitos de aço.
A maioria das pessoas se intimida com o calibre dos elos, do material da corrente. Entretanto, pouco ou quase nada percebem que seu foco deve ser a estaca, puxando a estaca você não será detido pelas correntes.
 Faça algo diferente do elefante; seja humano, tenha consciência de sua força, de seu desejo, do seu querer, de seu potencias. Caso contrário, você receberá somente aplausos por ter se comportado como um verdadeiro bicho de picadeiro, domesticado e muito obediente e acreditando sempre que você não poderia viver sem as estacas existências do passado.



MARCOS BERSAM
PSCICÓLOGO CLÍNICO

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

PEDIR OU MANDAR.



Hoje, vamos falar de um tema muito interessante na educação de filhos e nos relacionamentos, de maneira em geral. Com certeza, será polêmico, pois, em alguns momentos, estarei na contramão dos politicamente corretos, ou melhor, dos psicologicamente corretos.

Quando devemos ordenar e quando devemos pedir? Quase todos acham que mandar, ordenar é algo antiquado e malvisto na sociedade, representa arrogância e revela um comportamento ditatorial. E aí, vem aquele clichê de que sempre devemos pedir. Será? Quando uma mãe diz: “Filho, estou te pedindo para estudar”; “Estou pedindo para se alimentar direito”, e muitas vezes sempre ouço isto: “Peço, mas não sou atendida” – exclama a mãe, aflita.

Quando uma criança se dirige a um local perigoso não adianta a mãe pedir, ela tem que agir, ordenar, intervir para o bem-estar do filho. Esta noção de temporalidade, de organização espacial se faz necessário para que a criança, a posteriori, consiga estabelecer metas claras, organização nas tarefas a desempenhar, bem como estruturação emocional.

Já na adolescência, encontramos outro cenário, a responsabilidade deve vir de forma gradual, pois muitos adolescentes querem algo que não têm condição construir. Nesta fase, que encontramos grande capacidade de julgamento, refletindo sobre seu pensamento a fim de oferecer justificativas lógicas para o julgamento que faz. Se o sujeito não arruma o quarto dele, então, como pode viajar sozinho para a praia com amigos? Quando se pede, possibilita uma escolha, uma recusa, outra resposta.

Algumas mães dizem: “Eu imploro para o fulano não fazer isso”. Nesse ponto, a autoridade foi perdida e, para retomá-la, será preciso grandes sacrifícios. A verdade é que só ordena quem sabe exercer a lei e a autoridade, e aí vem outro dilema: os filhos não sabem a quem obedecer. A mãe põe de castigo, o pai tira e a avó completa: “Coitadinho dele!”.

Está montada a confusão.

Atualmente, existe o medo do trauma. Muitos pensam que mandar vai traumatizar. Mentira! Quando você oferece muitas alternativas em momentos de desenvolvimento emocional, acaba revelando descuido, insegurança e gera medo e pânico em crianças e adolescentes. Existem pais hoje que, em nome da modernidade, não impõem nada: “meu filho não se alimenta porque ele não quer”,“meu filho não estuda porque quer ficar na lan house o dia todo”“meu filho não dorme cedo porque assiste TV até tarde”.
Em nome da educação moderna, de tudo escolher, de tudo pedir, a criança acaba escolhendo só o que é prazeroso e bom, o que traz satisfação imediata, e os pais avalizam tais condutas. Uma coisa é o filho escolher o filme do fim de semana, outra é escolher o horário de chegar em casa, o valor da mesada, quando arrumar o quarto ou estudar para a prova. Vejo pais que querem ser bons e, por isso, deixam os filhos escolherem o que ainda não podem.

Para escolher devemos ter uma experiência prévia, analisarmos os prós e os contras e não apenas o que nos dá prazer. Os pais confundem direitos com privilégios; ou seja, é um direito do filho estudar, se alimentar e morar, mas não é um direito ter um celular de última geração ou uma viagem com os amigos, sem que eles os conheçam.

Privilégios podem ser suspensos ou retirados, mas os direitos não. Filhos que confundem privilégios com direitos acham que os pais são lacaios e serviçais. “Não quero nem saber, você tem que me dar o celular tal”, “Eu não pedi para nascer”... Você já deve ter ouvido isto.

É claro que o sujeito tem que exercitar o direito da escolha para ser um adulto com condições emocionais sadias no futuro. Indivíduos que foram tolhidos em exercitar escolhas são arredios e temerosos diante de decisões cruciais na vida, são invadidos por ansiedade e calafrios emocionais tremendos, mas isso não quer dizer que os pais não possam mandar, ordenar, intervir, exercer o limite e ter autoridade.

Acredito que o bom educador é aquele que prepara o sujeito para ter responsabilidade nas suas escolhas, mesmo que, em alguns momentos, imponha suas crenças, valores e diretrizes.

O bom educador é aquele que possuem a capacidade de direcionar de forma saudável a vida emocional da criança guiando-a para compreender as consequências lógicas quando uma regra é quebrada, uma vez que algumas regras na vida são inegociáveis, tais como: a civilidade, a cortesia, a educação e a capacidade de respeitar o direito do outro. E aí fica a sugestão, quem sabe você não está pedindo enquanto deveria mandar e mandando quando a ocasião exige que você peça da forma bem tradicional: POR FAVOR!!



Marcos Bersam

Psicólogo Clínico

sexta-feira, 12 de outubro de 2012

QUE TIPO DE MULHER VOCE É?



SER BONITA E QUANDO A MULHER NASCE COM TRAÇOS ÚNICOS, SIMETRIA, ÂNGULOS E FORMAS INCONFUNDÍVEIS, COMO SE TIVESSE ENTRADO NA "FILA DA BELEZA" VÁRIAS VEZES. É BIOLÓGICO E NÃO DEPENDE DO QUERER, MAS DE UM ACASO E GENEROSIDADE DA MÃE NATUREZA.
ELAS SÃO MINORIA. ESTAR BONITA  É ALGO EM VOGA, ESTAR BONITA É TRANSITÓRIO, EFÊMERO. A MULHER QUE ESTÁ BONITA, ORA RECORRE A LIPO, A MAQUIAGEM EXAGERADA, ROUPAS, SAPATOS, CREMES, ACADEMIAS, DIETAS. ESTAR BONITA CUSTA DINHEIRO E INVESTIMENTO CONSTANTE, POIS A QUALQUER DESCUIDO A BELEZA ESCORRE PELOS DEDOS.  A GRANDE MAIORIA DAS MULHERES QUEREM ESTAR BONITA. ESSA LEGIÃO USA A MALDITA COMPARAÇÃO, ESQUECE QUE É DIFERENTE E ÚNICA. A COMPARAÇÃO FAZ COM QUE ELA SEJA REFÉM DE PADRÃO MIDIÁTICO DO QUE É BELO.A ÚLTIMA CATEGORIA E MAIS IMPORTANTE PRA MIM É , SENTIR- SE BONITA, ISSO NÃO DEPENDE DE EXTERIOR, DE ALGUÉM, DE CIRURGIÕES, DA NATUREZA. SENTIR-SE BONITA TEM A VER COM A AUTOESTIMA, COM SEU INTERIOR. NÃO DEPENDE SE NASCEU SEM PAR DE OLHOS VERDES OU AZUIS, SE SUA CINTURA É TANTO, OU SE SUA ALTURA E PESO ESTÃO EM DIA. SENTIR-SE  BONITA, NÃO TEM PREÇO, ENTRETANTO, CUSTA . O PREÇO SERIA SE CONHECER UM POUCO MAIS E COM ISSO SE VALORIZAR .


MARCOS BERSAM
PSICÓLOGO CLÍNICO

quinta-feira, 4 de outubro de 2012

QUANDO SER BONZINHO DEMAIS COM A MULHER É TOLICE.




Divã alinhado na posição costumeira e minha poltrona bem confortável me permite despojar meu corpo e afrouxar minha atenção. Estou falando da velha atenção flutuante recomendada por Freud, isto é,nesse ínterim que nós terapeutas tentamos entrar na mesma sintonia que o inconsciente do outro deseja se comunicar. A fala do cliente está impregnada de uma lamentação irritante; o mesmo está incrédulo diante do rompimento de sua noiva. Ele falava tentando entender como pode acontecer o noivado esfacelar-se; estava tudo acertado. Apartamento escolhido, móveis encomendados e projeto gráfico do convite em andamento. É bem verdade, que a respiração diafragmática do cliente, apontava elevado nível de ansiedade; depois que o pulmão recobrou a consciência de sua função visceral as cordas vocais formaram a frase que teimava em sair: "EU FIZ TUDO POR ELA!" .,Numa tentativa de entender melhor tal assertiva, perguntei, pontuei e sumarizei o discurso; haja vista que pressentia que o mesmo tinha dado como certo que eu havia entendido o que ele estava a dizer. A expressão "TUDO"era uma incógnita naquele discurso; quem sabe, estivesse querendo dizer "perfeito", completo; pleno. Naquele instante me lembrei de Fernando Pessoa "Adoramos a perfeição, porque não a podemos ter; repugná-la-íamos, se a tivéssemos .O perfeito é o desumano, porque o humano é imperfeito." Na verdade essa afirmação é recorrente não só num processo terapêutico, entretanto,  tangencia qualquer conversa de fim de noite; ou de mesa de bar. De modo geral, essa frase é dita por aqueles que sempre se sentiram inferiorizados na relação; olha você deve concordar comigo que quando estamos inseguros e atravessados pela sensação de menos valia deixa-se de lado o pouco que resta de minha autoestima para alavancar a realização do desejo alheio. Então ter feito tudo por ela foi o atalho encontrado para esquecer-se de si mesmo; talvez para diminuir a sensação iminente da perda. E por conseqüência NÃO TER FEITO NADA POR MIM. Então nessa falta de medida acaba-se anulando em prol do seu parceiro ou namorado. Nessa tentativa de fazer tudo nos esquecemos de nos fazer interessantes e sermos conquistados também. Na verdade você deve se perguntar : Se ao fazer tudo você não está também tentando, não deixar a realidade se fazer presente na relação? É muito comum esse tipo de pessoa se sentir culpado por não ter adivinhado o que o outro queria. Então tudo é demais para alguém que está numa relação limitada pela própria condição humana. O dia que você por algum motivo, não conseguir ser esse tudo, talvez seja visto como o NADA; então incorporar as vestes do humano; da limitação e da falta faz bem pra qualquer relação. Então fazer tudo é o primeiro passo para o enfado; até porque sabemos  o que move o humano é a falta. É sabido que é importante , sim,  fazer pelo outro, porém quando fazemos pelo outro de um modo que aquilo não nos custe o aniquilamento, quando faço por amor minha memória entra em colapso e não tem a necessidade de lembrar-se dos feitos de outrora; ou seja, o famoso “jogar na cara”. Quando eu faço "TUDO" pelo outro , é porque assumo a condição de violar minhas limitações. Não precisamos fazer tudo, até porque o outro não nos pede isso. Quando ajo assim, coloco em xeque minhas limitações, contraio uma dívida comigo mesmo.   Sinto-me violentado e usurpado na minha condição de sujeito. E não demora muito vem à decepção de mãos dadas com amargura, e bate a porta da consciência, quando aciona a memória num ato tardio e desesperador de cobrança do que foi feito mais por medo do que por amor.

Dr.Marcos Bersam

EU TE AMO DE MANEIRA SINGELA .

terça-feira, 2 de outubro de 2012

FRACASSEI, DESISTI OU NEM COMECEI?




 Olá amigos internautas, é sempre a mesma coisa. Quando menos espero  aparece um cliente no consultório,  que vem com esse aforismo: "Não termino nada que começo". As vezes também fora do setting analítico, é possível ouvir uma mãe dizer assim:meu filho não faz isso, porque não gosta”. Não precisa ser psicólogo,  para ver que a velocidade de começar  só é menor,  do que o desejo de parar de faz. Com isso percebo cada vez mais crianças educadas na pedagogia, do gostou, fez,  ou não gostou, parou. E o incrível é que aparecem aqueles psicólogos que garantem que fazer sem vontade traumatiza.  E por falar em traumatizar, o palavrinha mal usada, entretanto,  isso é  tema para um próximo artigo.  Talvez por isso,  nos tempos modernos, sejamos muitos bons para falarmos em direitos e muito débeis para entendermos deve. A geração de hoje aprende com muita facilidade,  que ela tem direitos; são tantos direitos que nem mais sei qual o mais recente. Haja vista a quantidade de estatutos. A educação de hoje é centrada na idéia de que o princípio do prazer deve ser dilatado cada vez mais. É gostoso então faço. Se não é gostoso não é preciso fazer; ou melhor, posso ter a opção de deixar de lado ou adiar, contudo com a anuência dos pais.   Não fazer só o que queremos é o principio da civilização; alguns valores e normas não podem ser negociados. Ou seja, você deve ser educado, desenvolver a cortesia; pensar no outro; entender a noção de limite, respeitar; ter disciplina. Na verdade se você fizer o que gosta estará fadado a deixar enraizar em você sua natureza primitiva e animalesca.  Uma das formas de não terminar algo é querer fazer tudo ao mesmo tempo ou não sabendo o que se quer. Quando não tenho uma meta tudo se torna atrativo e essa volatilidade de vocações esbarra na falta de foco e de metas. Querer sem ter estabelecido o que, quando e de que forma atingir é a forma mais fácil de não ter sucesso. E não ter descoberto sua vocação fará mais cedo ou mais tarde não ter forças para continuar,  e deixar abater sobre você a prostração existencial.  Ser generalista e não usar a especificidade é um perigo quando o assunto é objetivo e metas. Vamos dizer que você quer emagrecer; tudo bem, mas de que forma? Quanto? Em quanto tempo? Por qual motivo? Com ajuda de quem? De que maneira? A pirraça usada pelas crianças para evitar algo na vida adulta se transforma em condutas de adultos que fazem mal feito ou pela metade suas tarefa. Então é aquela velha estória sujeito faz um curso aqui, faz outro ali, começa muito  inspirado hoje e amanhã desmotivado. Então temos aquela velha situação, o sujeito teve sucesso porque fez o que gostava ou aprendeu a gostar do que fazia? Antes de gostar temos de conhecer, interagir, experimentar. Ninguém escolhe o destino de sua viagem de fim de ano pensando no motorista ou no piloto. Eles são parte da viagem ,sim, mas com certeza você não saberá o nome dele, não irá tirar fotos  e nem precisa gostar dele para chegar seguro ao seu destino. Certo? Estou falando isso; pois temos jovens escolhendo  a profissão pensando em que disciplina escolar tem afinidade. Tais motivos são medíocres demais numa escolha profissional; ninguém escolhe ir para o fim do mundo porque o piloto do avião tem os olhos azuis. Gosto de português farei isso, gosto de história faço aquilo, mas tem a matemática. Em quase todas as escolhas profissionais você deve gostar de gente, isto é, as profissões existem para ajudar o humano. Quem mantém uma acidez emocional elevada, ou é analfabeto nas emoções,  pode comprometer o sucesso de seu fazer. A profissão tem que ser escolhida por um sentido maior . A profissão tem que ter um propósito e tem que reunir a capacidade de proporcionar mudança na vida do outro. A profissão tem que ter entusiasmo, paixão, justiça, utilidade e sentido existencial.  A capacidade de escolha de muitos sempre ficou embotada.De modo geral, quem vai nos ajudar também não escolheu nada. Então as suas motivações não podem depender de estar gostando ou não; imagine se a sua capacidade de motivação estiver atrelada a algo tão volátil,  como o prazer.  Nunca se fez tanto o que se queria,  e nunca se teve tantas pessoas frustradas como hoje em dia. Nunca se teve tanta liberdade de escolha, e nunca se ficou tão sem saber qual caminho seguir como nos dias atuais. Faculdades e cursos crescem na mesma velocidade da insatisfação profissional.  Tem a máxima que sempre repito:" o sucesso só vem antes do trabalho no dicionário"; Na vida,  o sucesso é colhido depois de muito esforço; disciplina; tenacidade e isso não é gostoso, entretanto, pode ser  doloroso.  Na verdade muitos não terminam seus projetos,  porque na verdade nunca começaram de verdade. Entendo que as vezes desistir no meio do caminho é uma forma "inteligente" de sabotar a si mesmo, isto é, a forma de não assumir o risco de ser avaliado. Eu sei que muitos vão discordar, mas começar pra mim é muito mais do que desejar, tentar ou  arriscar. Podemos dizer, que começar é acreditar de modo contagiante, talvez algo que se aproxime da certeza encontrada na fé, no qual você transmita e contagie quem estiver perto de você. O entusiasmo do sonho deve ser o indicativo de que você começou algo. Quem sabe não falta você rever sua fala, e pensar no seguinte: " existem muito mais pessoas que não começaram de verdade do que fracassaram ou desistiram na vida"


Dr. Marcos Bersam