segunda-feira, 25 de julho de 2016

SEM MOTIVO PARA TERMINAR MEU RELACIONAMENTO.

QUERO TERMINAR MEU RELACIONAMENTO ANTES QUE VENHA A DECEPÇÃO

Havia certo tempo que aquela jovem mulher não estava tão feliz, depois de longa data conseguiu conciliar sucesso profissional com a vida afetiva, que parecia dessa vez, ser um promissor relacionamento, por exemplo, atualmente não colecionava os vícios de outros envolvimentos. Assim sendo, tal rapaz reunia virtudes e habilidades afetivas que não se lembrava mais, isto é, parecia ter viabilidade emocional, claro, depois de inúmeros tropeços afetivos.

No entanto, de uns tempos para cá, começou a pensar em terminar o relacionamento. O seu namorado não entendia muito bem a fala dela, na verdade nem ela sabia explicar direito. O rapaz, ainda incauto, nas questões afetivas acreditava que a falta de amor seria o único motivo para uma mulher encerrar um relacionamento.

O medo e a culpa junto com a ansiedade de uma futura decepção, sem dúvida, são os maiores patrocinadores de términos de relacionamentos promissores afetivamente, nesse caso essa mulher tinha uma crença:

-Antes que venha me decepcionar prefiro terminar essa relação logo!

A plenitude e estado de felicidade funcionavam como gatilhos 
mentais de coisas mal resolvidas para ela, por exemplo, pessoas submetidas a elevado grau de expectativa na infância ficam amedrontadas de não conseguirem lidar com decepções, mas; sim, de ser a própria decepção. Existe uma diferença grande em ter causado ou sofrido decepção no outro, e, ser a decepção em pessoa. Nesse caso a ameaça não está fora dela.


Tais pessoas acreditam que não tem o direito de causar decepção; sem sentirem-se culpadas e se perceberem uma decepção. Sem recordar, precisamente, de sua infância teve momento que acreditava não poder magoar e decepcionar as figuras que lhe deveriam amar, temor de frustrar as pessoas que lhe amavam virou matriz de medos futuros. O decreto emocional interno era o seguinte:

- Se não for boazinha e decepcionar o outro, logo ele deixará de me amar e vai me abandonar.

Desta feita, naturalmente, herdou a crença de que era uma decepção enquanto pessoa, a situação de estar feliz despertava aquele medo de reviver a lembrança de ter decepcionado o outro, ou seja, de ser a própria decepção. Quando ela dizia que queria terminar antes que sofresse mais, na verdade estava tão somente garantindo não voltar a viver a sensação de ser uma decepção diante da possibilidade de não corresponder o que o outro esperava dela. Assim, tal como um fantasma do passado a assombrar sua casa mental atual, sua vida afetiva não ia para frente.

A verdade é que aquela jovem tentava antecipar decepções futuras, por mais estranho que possa parecer, chegava um momento de sua vida que, quando o relacionamento parecia decolar ela vinha com um papo de término da relação. A estratégia era evitar segundo a fala dela uma decepção futura, havia um medo do que poderia acontecer se estivesse tudo bem, com isso o estado de paz e felicidade puxava o gatilho de temores antigos.

Assegurar o direito de, eventualmente, decepcionar o outro; conviver com a decepção provocada pela vida ou parceiro afetivo, claro sem fazer com que isso significa um fracasso moral e pessoal. O amadurecimento psicológico permite ter todo tipo de decepção, sem entender que isso signifique ser a própria decepção. Finalmente, aquela jovem não tinha medo de decepcionar-se com o "bom moço", ela apenas sentia vergonha e culpa de ser a própria decepção.

Marcos Bersam
Psicólogo.

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