PSICOLOGIA DA CATEDRAL.
Certa vez, num fim de tarde primaveril,
quando o sol ensaiava encerrar seu compromisso luminoso, o expediente daqueles operários
parecia também estar encerrando naquele dia, na avenida movimentada. Nesse ínterim, um menino questionou a um dos operários o seguinte: O que você está fazendo?
Prontamente, aquele operário garantiu que estava apenas enfileirando tijolos e
levantando uma parede. O espirito de curiosidade daquele menino não se
contentou com a resposta e arriscou sondar a opinião de outro operário que
trabalhava na mesma obra. Assim ao receber a indagação do menino, sabiamente, o
outro operário disse:
A psicologia tradicional falou
muito do principio do prazer e do princípio da realidade, entretanto negligenciou
o principio da transcendência. Existe uma legião de pessoas levantando paredes,
inclusive sem ver a harmonia do todo; negligenciando o fim de suas ações. A
execução mecânica confisca o entusiasmo, anestesia a paixão, embrutece o
trabalho. As paredes são sedutoras por bloquear o horizonte, dificultar a visão
horizontal. Então, algumas pessoas na verdade não levantam paredes; mas, sim,
defesas e muralhas emocionais.
Marcos Bersam
Psicólogo Clínico
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