quinta-feira, 19 de novembro de 2015

A ARTE DE CONFIAR

A  ARTE DE CONFIAR
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O verbo confiar é conjugado num tempo diferente, quando estamos diante de uma condição de fragilidade e impotência, portanto, ao viajar de avião- com certeza; você terá que confiar no piloto, sem ao menos conhecer suas credenciais, saber se ele brigou com a esposa, ou, se ingeriu alguma droga na noite anterior. A impotência diante do contexto- voar; faz você presumir que deva confiar.

Desde então, o mesmo acontece quando, porventura, estiver afogando em alto mar; ora, nesse cenário e contexto o rigor para averiguar os critérios se determinada pessoa é confiável tornam-se menos urgentes e se apequenam-se; por exemplo, basta usar um colete de salva-vidas para estar apto a te ajudar. O perigo real ou imaginário entorpecem a razão; em tese; o medo é um importante acelerador da necessidade de confiança, torna-se uma forma rudimentar de sobreviver. Em ambas as situações a impotência faz a confiança não precisar ser conquistada, a fragilidade nos faz, de fato, não passar em revista os requisitos mínimos para confiar. A confiança quando sincroniza fragilidade e impotência, no mesmo instante, tem urgência de acontecer. 

A pessoa quando está deprimida e com a autoestima em frangalhos, também está à deriva; logo, torna-se candidata a requerer a pressa de confiar. Por isso, a pessoa se surpreende, às vezes, de chegar no psicólogo e contar tudo de sua vida; a urgência de falar com a sinceridade dos argumentos causa espanto até mesmo na própria pessoa. Aí, o terapeuta costuma ouvir o seguinte: - Nunca imaginei que conseguisse falar isso! 

A dificuldade de ter relacionamentos saudáveis, por vezes, é provocada pelo estado de impotência e fragilidade crônicos. Então, faz a pessoa precisar e querer confiar no primeiro que apareça, pois, ela entende que está sob ameaça e em perigo. Certamente, alguns indivíduos mal conhecem o outro e estão confiando de olhos fechados. Da mesma forma como se estivesse passando por um turbulência dentro de um avião ou afogando-se . 

A ideia é a seguinte: Ah!! Não sei o que fazer nessa situação! Cuide de mim! Decida o que é melhor nessa situação! Faça o que achar melhor! Não tenho escolha; preciso confiar em alguém! Algumas pessoas são confiáveis para determinados assuntos, por exemplo, segredos que você possa dividir com uma amiga; entretanto quando o assunto é dinheiro a mesma pessoa não é a melhor opção. Você tem um amigo que confia bastante, porém, tem restrições quando o assunto é deixar sua namorada perto dele. 

A capacidade de confiar passa, necessariamente, pelo contexto de fragilidade e impotência; assim, sempre é bom estar atendo a esse estado interno. Quando a pessoa não tem o autoconhecimento, torna-se compulsiva por confiar no outro, por conseguinte, a decepção e a desilusão podem ser constantes e motivadas por feridas na alma. Por último, existem pessoas que costumam apertar ; propositalmente o” botão do pânico”, ou seja,patrocinar a fragilidade e insegurança para terem mais chances de ganharem a intimidade do outro, claro, através de uma confiança apressada e urgente.


Marcos Bersam
Psicólogo

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