terça-feira, 29 de dezembro de 2015

DIFICULDADE EM COLOCAR "FIM" NA RELAÇÃO.

Fim de Relacionamento.
Vamos continuar sendo amigos?
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Na natureza tem espaço para a diversidade e para uma cota generosa de excentricidade, haja vista, o ornitorrinco; ou seja, mamífero que bota ovo, tem bico de pato, consegue nadar sem ser peixe. Afinal, esse animal consegue ser um pouco réptil, ave e mamífero. Afinal, como  conciliar tantas características diferentes numa mesma existência?

Alguns relacionamentos afetivos tem semelhança com o ornitorrinco, isto é, depois de um longo período de relacionamento ficou acertado que o “fim” da relação era a solução mais inteligente. Entretanto, umas das pessoas levanta a bandeira de que podem ser “amigos”, em tese, parece psicologicamente correto, aliás, na novela das 08, você, já viu situações assim. Ao enveredar por essa postura, por vezes,  você, adquire características do ornitorrinco.

Em determinado momento, eis que se perde no afã de suportar tudo, em nome de um futuro distante, assim, com hálito de reconciliação. A lógica de que suportando, atualmente,  receber pouco pela oportunidade da amizade,  agrava a resolução da perda. A amizade torna-se apenas uma barganha desesperadora, para não sentir-se órfão da sensação de abandono. O que mantém o vinculo da amizade, quase sempre, é o medo de não ter o mínimo de afeto. 

A capacidade de ser amigo, claro, implica na capacidade de ser confidente. Porém, a capacidade de ouvir o outro na sua integralidade, torna-se tarefa não muito simples, pois requer não haver feridas da relação. Enfim, o tempo de cicatrização das feridas, tampouco não acontece no compasso da vontade e da razão de serem apenas “bons amigos”.

A amizade protela, às vezes, a dor da separação. O luto da perda é necessário para cicatrizar as feridas, o tempo é um dos bálsamos mais eficazes nesses casos. A amizade forçada pós-fim de relação, pode  fazer você tentar ser um amante com jeito de amigo de sauna, sonha com restrições, escuta com parcialidade, cala-se e omite-se por medo.

No entanto, aceitar a amizade, nesse momento, patrocina o acasalamento da expectativa com a impossibilidade, logo o resultado é a inquietude.Nessa postura esquizofrênica, você, se vê no espelho como um ser estranho, tal como o ornitorrinco.  Assim sendo, tem aspecto de ave, mas não consegue voar para longe da incerteza da aflição, onde imagina ser possível recuperar a relação de outrora. Por fim, mesmo sendo capaz de nadar, não tem fôlego de peixe grande para nadar nas profundezas do oceano da autorrealização.


Marcos Bersam

Psicólogo

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