segunda-feira, 3 de março de 2014

CEGUEIRA FACULTATIVA!

PSICÓLOGO CEGO!

A minha intuição apontava para a recusa como resposta, no entanto, não sei precisar o que deu em mim, ou seja, tentei subverter a ordem vinda lá do Quartel General de minhas emoções.  Fui perguntado assim: Um psicólogo pode ajudar alguém sem o recurso da visão?  Depois de certo tempo, certamente, aprendemos a identificar o caráter capcioso  de uma pergunta. Então, respondi com outra pergunta: Um terapeuta experimentado e competente ao perder a visão-ficar cego; estaria condenado ao ostracismo, teria que deixar de atuar como psicólogo? Quando um cego decide ser psicólogo teria que recuperar a visão para exercer seu ofício? Na verdade, a acuidade visual não e imprescindível no trabalho terapêutico, à emoção escoa por outros deques da alma.  Se a visão fosse tão confiável, não seriamos enganados num show de ilusionismo.  A visão que o terapeuta precisa ter não está nos olhos, à retina da alma não necessita da integridade dos nervos do globo ocular. Entender que a ajuda não está confinada em teorias livrescas, em parâmetros medíocres e rasos é o primeiro passo para auxiliar e amparar. Quase sempre, despir-se do preconceito, da soberba e do orgulho é o primeiro colírio a ser usado para ampliar a visão e corrigir o estrabismo existencial. Terapeuta não precisa ser um telescópio potente para ver as galáxias mais distantes, inclusive, o universo interior do outro se descortina e se torna visível com a sonda mais importante da ajuda: A EMPATIA.

Marcos Bersam
Psicólogo

Um comentário:

  1. Muito interessante! Aliás, podemos até ponderar que a visão pode até mesmo distrair em algumas situações, tirando o foco do que é importante...

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