quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

TENHO MAIS DO QUE PRECISO!

FALTA-ME ALGO.
A conta bancária tem crescido cada vez mais; na garagem o carro do ano, ainda, reluz sua pintura metálica; você já não se lembra de quantos lugares conheceu nos últimos anos. O passeio ao shopping é sempre regado a muita compra.  Nesse cenário, você vive uma vida confortável, entretanto sem o gosto da conquista. Você tem tudo, porém, isso acaba sendo sentido por você como exagero e demais. Assim, você começa a se questionar o seguinte: será que se tivesse menos seria mais feliz? Na verdade o problema não está no conforto, mas, sim, na falta de sentido e do senso de utilidade. Quase sempre, você é poupada de trabalhar fora de casa, inclusive, com a seguinte frase: Não te falta nada! Você tem tudo. Aí, você sente-se culpada, e quando não é isso, também, é acusada de ser ingrata pela vida que tem. Então, às vezes, quem brilha é apenas um dos parceiros, o outro fica com a vida paralisada. A sensação de que a vida é monótona é ditada por uma vida de doação e sacrifício não reconhecido por um dos parceiros na relação. Na verdade, a materialidade não proporciona esse preenchimento, a sensação de desfiladeiro impregnado na alma, a erosão nas encostas das emoções, também, aponta comprometimento do terreno mental. Assim, faz-se necessário entender que o rico; é quem menos precisa de algo. Ora,  quem mais necessita , às vezes, é o endinheirado  de hoje, por conseguinte o pedinte emocional de amanhã. Enfim, para quem o suficiente sempre é pouco não resta outra saída, do que se entulhar de supérfluo e ser arrastado para a sensação de falta permanente.

MARCOS BERSAM

PSICÓLOGO

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