QUANDO A ESPERANÇA FAZ MAL.
Aprendemos, cotidianamente, que a esperança é um sentimento nobre , e que
sempre faz bem . No entanto isso não é verdade, então , em muitos casos a esperança é
um anestesia que nunca passa, logo podendo gerar um choque anafilático na alma.
Por isso, em alguns casos, de relações afetivas que chegaram no limite,
a recusa de aceitar o rompimento é fruto do apego egoísta. A esperança que
violenta a autoestima, tripudia o bom senso e confisca sanidade da pessoa é
algo patológico. Nesse palco de emoções, torna-se natural um dos amantes poupar
o outro com o silêncio, ou com pseudo esperanças subliminares. Algumas mulheres
dizem para mim: “marcos, mas porquê ele não fala que não me quer mais, que não
me ama?” . E natural que uma das pessoas
queira aliviar a dor do outro com uma esperança mórbida, descompassada da
realidade, órfã da covardia. A esperança, torna-se então um mecanismo cruel,
quase sempre , potencializada pela dificuldade de uma das partes de recusar
ouvir a verdade, inclusive, nesse pacto velado de trapacear a verdade a esperança
anestesia o amanhã. Abrir mão da esperança no momento certo, entretanto, é um
mecanismo de saúde emocional. Quando a esperança, então, cede lugar ao que deixou de ser dito por
covardia, quase sempre , traz dor , decepção e amargura intensas. A esperança
funciona nesses casos como uma barragem mal planejada; numa represa, então,
chega um hora que ela precisa e será arrancada pelo movimento da vida.
Enfim, as relações afetivas, quase
sempre apresentam personagens que usam com maestria a esperança de forma cruel,
não seja vitima dessa esperança. Essa esperança não e fruto do amor, porém do egoísmo. A esperança não e moeda de troca,
não pode ser barganhada pelo medo ou pelo apego. A única esperança ,legitima , não
está no outro, na certeza , todavia, de
que você nasceu para ser feliz.
MARCOS BERSAM
PSICÓLOGO
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