BOA VONTADE!
Você deve conhecer algum
profissional, ou já ter convivido com pessoas que tem um entusiasmo e boa
vontade acima da média, estou falando de pessoas que costumam desempenhar suas
funções de forma envolvente, contagiante e inesquecível. Nos dias atuais, vemos
cada vez mais pessoas fazendo algo por falta de vocação, automatizadas e
embrutecidas pela mesmice de sempre. A
boa vontade, quase sempre, é um item de luxo, embutida no preço final.
Essa lógica perversa aduba o
egoísmo de uma maneira incrível, quando a pessoa perde a vontade de surpreender
a si mesma ou ao outro, então, pode ser sinal de que o egoísmo se tornou um
impeditivo. A arte de surpreender é filha do entusiasmo, quando você é movido não
só pelo dinheiro , então, não contabiliza apenas os custos, dificuldades,
acertos ou erros.
A capacidade de surpreender subverte o senso e
a lógica do caro ou barato, ela apenas favorece sentimentos edificantes. A boa
vontade, inteligentemente, imprime na pessoa uma identidade própria, retira do
anonimato qualquer postura, conduta, profissão.
Dessa forma, ficamos
encouraçados, entrincheirados em nós mesmos, esperando da vida muito, entretanto,
sem disponibilidade para doar um pouco mais do que o combinado. Nessa
desconfiança renitente, levantamos biombos, ou melhor, cercas elétricas em
torno de nossa capacidade de receber ou de doar. Com essa logística mental,
vamos repetindo os clichês mentais, ainda, nos permitindo viver preso a ancora
da recompensa monetária. Quando você menos espera, a generosidade de alguém te
convida a sair da tática adotada por você. Numa manobra de última hora, suas
defesas egoicas são surpreendidas, tampouco a rigidez mental e a rudeza do
coração não conseguem debelar a ameaça da surpresa. Então, sorrateiramente,
você é surpreendido de maneira incrível por um gesto quase sempre singelo,
despretensioso, na mansidão da inocência. Por isso, quando alguém , contempla
você com uma quota maior do que você imaginou justo ou combinado , logo você
volta a acreditar que também pode ter boa vontade. E, Definitivamente, sua mente encaixotada, entra em colapso. Finalmente, aciona uma
alavanca no seu íntimo, assim, a engrenagem da usina existencial, invariavelmente,
começa a funcionar, escoando pela linha de produção: o amor, em forma de boa
vontade.
MARCOS BERSAM
PSICÓLOGO
Nenhum comentário:
Postar um comentário