sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

BOA VONTADE!

BOA VONTADE!

Você deve conhecer algum profissional, ou já ter convivido com pessoas que tem um entusiasmo e boa vontade acima da média, estou falando de pessoas que costumam desempenhar suas funções de forma envolvente, contagiante e inesquecível. Nos dias atuais, vemos cada vez mais pessoas fazendo algo por falta de vocação, automatizadas e embrutecidas pela mesmice de sempre.  A boa vontade, quase sempre, é um item de luxo, embutida no preço final.
Essa lógica perversa aduba o egoísmo de uma maneira incrível, quando a pessoa perde a vontade de surpreender a si mesma ou ao outro, então, pode ser sinal de que o egoísmo se tornou um impeditivo. A arte de surpreender é filha do entusiasmo, quando você é movido não só pelo dinheiro , então, não contabiliza apenas os custos, dificuldades, acertos ou erros. 
 A capacidade de surpreender subverte o senso e a lógica do caro ou barato, ela apenas favorece sentimentos edificantes. A boa vontade, inteligentemente, imprime na pessoa uma identidade própria, retira do anonimato qualquer postura, conduta, profissão.
Dessa forma, ficamos encouraçados, entrincheirados em nós mesmos, esperando da vida muito, entretanto, sem disponibilidade para doar um pouco mais do que o combinado. Nessa desconfiança renitente, levantamos biombos, ou melhor, cercas elétricas em torno de nossa capacidade de receber ou de doar. Com essa logística mental, vamos repetindo os clichês mentais, ainda, nos permitindo viver preso a ancora da recompensa monetária. Quando você menos espera, a generosidade de alguém te convida a sair da tática adotada por você. Numa manobra de última hora, suas defesas egoicas são surpreendidas, tampouco a rigidez mental e a rudeza do coração não conseguem debelar a ameaça da surpresa. Então, sorrateiramente, você é surpreendido de maneira incrível por um gesto quase sempre singelo, despretensioso, na mansidão da inocência. Por isso, quando alguém , contempla você com uma quota maior do que você imaginou justo ou combinado , logo você volta a acreditar que também pode ter boa vontade.    E, Definitivamente, sua mente encaixotada,  entra em colapso. Finalmente, aciona uma alavanca no seu íntimo, assim, a engrenagem da usina existencial, invariavelmente, começa a funcionar, escoando pela linha de produção: o amor, em forma de boa vontade.

MARCOS BERSAM
PSICÓLOGO



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