Sinceramente, não sei se os
braços são curtos ou se as costas estão ficando cada vez mais largas, aliás,
temos que considerar a perda da flexibilidade com o passar dos anos. Enfim, não importa o motivo que faz você
fracassar em coçar as próprias costas. A verdade é que só você sabe onde nasce
a sua coceira que, teima em alojar-se no lugar mais recôndito da curvatura de sua
lombar. A tentativa de levar os braços até o epicentro da coceira é apenas para não sentir-se tão
incompetente, quando, de repente, você se curva a coceira voluntariosa que
teima em gritar por dedos e unhas competentes. Nesse ínterim de inquietude
da epiderme, resta a você pedir socorro ao “outro” para fazer o movimento de
coçar que tanto necessita naquele momento. Embora, você norteie, aponte,
explique, conduza e dê a coordenadas de onde está o incômodo, sem dúvida, o
outro não tem a régua e a medida certa da intensidade e singularidade do
movimento de resgate da paz de sua pele. Afinal, a coceira que tanto de
incomoda tem digitais que a particularizam; sobretudo a maneira de friccionar sua pele é de sua inteira responsabilidade. Desta
feita, alguns teimam em arranhar sem coçar, outros erram o lugar, tem aqueles
que acertam; porém, não tem a cadência do movimento, outros não tem pedigree
nas unhas . Por fim, "o outro" sempre fracassa na missão impossível de coçar por nós; pois não corresponde jamais ao "jeito certo" de coçar como gostaríamos e idealizamos. A verdade é que nossa coceira, ensina-nos a
seguinte lição: Devemos fazer por nós
aquilo que esperamos que o outro faça, pois a maioria dos problemas de
relacionamento está na expectativa exagerada que coloco no outro, aí , me resta
à frustração e a cobrança que não tardam a chegar. Finalmente, pergunte-se
sempre: Posso coçar por mim mesmo?
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