De que forma vai pagar?
A pessoa pode pagar, no entanto, ela
tem uma atitude de achar-se no direito de querer de graça, ora, sempre, exigindo
seu desconto. Então, ela faz do dinheiro um reflexo de sua indisponibilidade de
arcar com as consequências de suas escolhas, logo a dificuldade de pagar
torna-se eco da dificuldade de amar, de doar-se. Essa pessoa tem por hábito indispor-se a pagar,
assim, fica apaziguada quando sente que drenou e sugou tudo que pagou. Na
verdade, a dificuldade de pagar é fruto da insegurança de ser amado. Então, sob
o verniz do incapaz, do coitadinho, do sem sorte você dispõe a ajudar de graça,
ou seja, faz a última coisa que o sujeito precisa. A gratuidade da ajuda não e o problema, então,
a questão é quando a ajuda cristaliza o comodismo do outro. Ajudar não é
consentir, nem tampouco não cobrar. Enfim, nada é gratuito; sempre existe um
preço a ser pago, assim, mesmo que não seja em dinheiro você poderá ser
cobrado. Finalmente, tente não deixar
credores espalhados pelo caminho, evite os “bonzinhos” de plantão e crie coragem
para pagar, preferencialmente, em dinheiro, suas dívidas. Em suma, cada pessoa escolhe a forma de pagar
o “outro”; caso queira economizar infortúnios não acredite que exista algo de
graça.
Marcos Bersam
Psicólogo
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