ENTRINCHEIRADO NO CORPO
Falta de afeto na infância.
É inegável o papel das emoções da
nossa vida, assim, apesar do seu caráter imaterial e etéreo. Portanto, sabemos
mais sobre às emoções, isto é, pela envergadura de sua demonstração ou acanhamento
da ausência delas. Ora, todos, tem suas
emoções com contornos únicos, no entanto, alguns impedem que a epiderme seja a
última barreira a ser rompida . Em suma, emoções que foram condicionadas a
ficarem guardadas e soterradas, de fato, são reveladas num corpo encouraçado. Então, o corpo funciona como termômetro da
dificuldade de dizer o que sinto. Aí, temos abraços desprovidos de colorido
afetivo, aperto de mãos frio, beijo com sabor de chuchu. Enfim, o corpo é um
dos instrumentos e via, por onde pode transbordar
o afeto . Quando não temos uma
estada “boa” na infância; ou seja, numa
atmosfera que não elencava o toque, o afago e carinho como pilares de uma
educação plena, não obstante ficamos mais suscetíveis a sofrimentos futuros.
Enfim, o corpo acaba cobrando um pedágio
oneroso para o trânsito livre das emoções no adulto de amanhã.. Finalmente, entrincheirar-se
no corpo é a justificativa mais segura para quem não pôde fazer do corpo, o embaixador do amor e das emoções mais
sublimes. Assim, o corpo funciona com algoz e carcereiro dos afetos, estão ali
para impedir a lembrança do que um dia nunca se teve.
Marcos Bersam
Psicólogo
Nenhum comentário:
Postar um comentário