terça-feira, 11 de outubro de 2011

CARTILHA DO AMOR!


NINGUEM VAI TER AMAR COMO EU!

Olá amigos internautas estava quase me dando por vencido. Afinal não vinha nenhuma inspiração que pudesse reverter tal marasmo intelectual. Então a segunda feira tinha começado a mil por hora; quando pinço de alguma fala de um dos meus clientes tal assertiva: “NINGUÉM VAI TE AMAR COMO EU”. E de modo repentino minha memória dava sinais de que a mesma me soava familiar; ou seja, havia ouvido isso em outros atendimentos e fora do setting analítico também. Na verdade muito melhor do que escrever algo do nosso cotidiano é ler o que reconhecemos como familiar. Então fui tomado por uma sensação de alívio momentâneo; pois afinal o tema tinha tomado forma. Na verdade essa frase tem época e data pra acontecer. A mesma não é ouvida assim sem mais nem menos. Quase sempre ela é dita quando há uma assimetria de interesses; ou seja, quando alguém sente que está prestes a ser deixado pelo companheiro. Numa tentativa desesperada de dar uma sobrevida à relação que está desgastada e em crise. Na verdade quem diz tal frase se autodenomina conhecedor da natureza do outro, estranhamente ele se permite assegurar que ninguém mais presta. Ou que não há nenhuma pessoa no mundo que reúna as qualidades ora propagandeadas. Nessa etapa é como se ele jogasse confetes em si mesmo. Uma espécie de resquício do narcisismo infantil. O pensamento mágico funciona como um oráculo; na medida em que propõe profetizar sobre o futuro. Na verdade muitos que dizem tal frase acabam entendendo que é um favor estar na relação. Na verdade esse mecanismo esconde uma insegurança de ficar só; na verdade a frase poderia ser dita a avessa da seguinte forma: “tenho tanto medo de nem você mais querer ficar comigo”; pois tenho dúvidas se sou mesmo interessante e merecedor de ser amado. Na verdade a projeção se faz presente quando coloco no outro coisas que dizem respeito A MIM. É muito comum numa relação uma das pessoas fazer tudo pelo parceiro não por amor; de modo geral muitos fazem tudo por medo; ou seja, quando faço tudo e não deixo o outro andar com suas próprias pernas acabo sabotando a capacidade do outro acreditar em si mesmo. Então ser “bonzinho” é conveniente na forma de dominar subliminarmente o outro, logo se cria uma dependência que faz eu realmente ficar em dúvida se é capaz. Às vezes algumas clientes dizem “fulano é tão bom! Será? De modo geral quando ouvimos a frase “ninguém te amará como eu” a emoção tangenciada é: “ninguém se sacrificará tanto por você como eu”. Então na verdade a idéia do amor ser um sacrifício, uma dor acaba confundindo os apaixonados. Enquanto amar deveria ser promover o crescimento integral da pessoa e para isso a liberdade é condição inegociável. E não será estranho se nessa lógica do amor emoldurado pela dor eu pedir também que ele se anule; ou seja, que ele fique comigo pelo medo. Então temos várias pessoas que reagem a tal frase pensando: Tenho medo de me arrepender; de não encontrar alguém que me faça feliz ou alguém que se sacrifique por mim. Está montada a equação paralisante da neurose: “amo logo devo sofrer” e o termômetro disso é a emoção do medo. Então com certeza ninguém tem a capacidade de amar igual ao outro; cada amor será diferente; cada começo único, mas nem por isso melhor ou pior apenas diferente.

DR.MARCOS BERSAM
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